A evolução do ser humano deve-se, em partes, a nossa capacidade de questionar as coisas e situações. Tudo o que nos dizem ou aquilo que vemos, passa pelo crivo do nosso julgamento. Consideramos o conjunto do conhecimento adquirido durante a vida e as percepções que já vieram programadas em nosso cérebro para avaliarmos se algo é verdadeiro ou falso.
Por exemplo, se víssemos um cachorro vermelho com bolinhas amarelas, imediatamente saberíamos que ele foi pintado por alguém, ou seja, não consideraríamos a possibilidade real de existir um cachorro assim. O mesmo acontece quando alguém nos diz algo. Nós tendemos a nos questionar se aquela informação é verdadeira ou não. Não sairíamos por aí espalhando uma informação que pode não ser verdadeira.
Porém, quando se trata do conteúdo do que pensamos, sempre tendemos a acreditar tratar-se de uma verdade, afinal de contas, não iríamos mentir para nós mesmos. Errado, mentimos muito para nós, e isso não é proposital.
“A forma como pensamos é fruto das nossas experiencias anteriores, mais especificamente as vividas durante nossa infância. Tomamos como verdadeiro os julgamentos que fizemos sobre nossas experiencias de vida.”
Não consideramos que crianças não possuem recursos suficientes para fazer interpretações adequadas das situações que vivenciam. Portanto, a forma como pensamos é fruto dos conceitos que formamos na infância. O pensar de forma errada não necessariamente é uma questão importante. O problema ocorre quando esses pensamentos nos causam sofrimento, tristeza, angústia, medo e ansiedade. Quando a situação é essa, o melhor é procurar por ajuda profissional.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem da Psicologia que nos ensina, por meio de técnicas e estratégias, a desafiar nossos pensamentos. Isso nos possibilita flexibilizar tanto a forma como vemos como a forma como fazemos as coisas.
Se você está sob efeito de emoções negativas, aprenda a questionar seus pensamentos. Identifique qual é exatamente o pensamento que lhe causa esse sentimento ruim e então responda a algumas perguntas; isso poderá te ajudar a se sentir melhor:
• Qual é o pensamento ruim?
• Quais são os custos e benefícios em pensar dessa forma?
• Quais são as evidências contra e a favor desse pensamento?
• Como seria sua vida se você não pensasse dessa forma?
• Como você conseguiria agir de forma assertiva se acontecesse o que você pensa?
• O quanto é provável que esse pensamento seja verdadeiro?
• Como pensar ou agir daqui para frente?
Por Paulo B. Moraes
Psicólogo e especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pelo Instituto de Terapia Cognitiva – ITC e especialista em Dependência Química pela UNIFESP.
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