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Você já deve ter se feito algumas vezes, ou inúmeras vezes, essa pergunta no seu íntimo ou entre amigos, ou com seus orientadores, ou na sua terapia. Afinal, é uma das indagações mais antigas da humanidade ou até a mais básica e fundamental. Sem dúvida, também tem curiosidade em compreender qual é o real, verdadeiro e profundo significado para sua existência?
 
Diante dessa pergunta, pode haver uma dificuldade para a resposta alcançar e levar em consideração todas as dimensões do ser humano. Mas, se não tratamos de respondê-la com seriedade, com profundidade, mesmo que a resposta possa não ser definitiva, com certeza teremos uma vida frustrada.

A busca por respostas a essa pergunta permeia a existência da humanidade desde os seus primórdios e se mostra presente nos mais diversos campos do conhecimento humano, desde o mais simples dos seres, até as altas associações. Começa pelo significado da palavra, que vem do latim vita, e que significa existência. Segundo esse princípio, é o estado de atividade incessante comum aos seres organizados. É o período que decorre entre o nascimento e a morte. Por extensão, vida é o tempo de existência ou funcionamento de alguma coisa. Diz tudo? Ou só abre a discussão? Do ponto de vista científico, a definição conceitual de vida pode variar bastante aos olhos de cada cientista. Mas uma das definições de vida que tem sido muito empregada pelos cientistas é a apresentada pelo Instituto de Astrobiologia da NASA: “um sistema químico autorreplicativo que evolui como consequência da sua interação com o meio”. Hum... Responde?
 
Há os indivíduos com uma postura biologista que falam que “não há vida sem a manutenção da saúde e da força estética”. Para essas pessoas, viver é cuidar do corpo, é se alimentar corretamente, é fazer continuamente as atividades físicas, estar com exames médicos (laboratoriais, de imagens e outros) normais, é tomar as vitaminas e suplementos, é cuidar rigorosamente da aparência e da estética, é estar se sentindo potente, ativo, pronto para tudo, em termos físicos.
 
Apostar na biologia como a grande rainha, que vai lhe dar o verdadeiro sentido da vida, na visão de que viver é puramente ter saúde, sem dúvida será uma aposta furada, porque todos morrem; e morrer é, por definição, perder a saúde. Mais cedo ou mais tarde, a doença, o envelhecimento e a morte chegam. A alimentação saudável, o exercício físico, o cuidado com o corpo, ajudam em muitos aspectos, mas nunca são a fonte de resposta para perguntas fundamentais, como os anseios sobre a existência, para as dúvidas e questões existenciais. Pois o ser humano, mesmo confortável e feliz com o seu corpo, em inúmeros momentos, especialmente quando sozinho, terá momentos que não estará confortável com a sua existência.
 
Há a postura universalista que diz que “a vida é a transcendência, é a aposta cotidiana nas coisas do alto”. O transcendente é o que está além do conhecimento concreto e que não se baseia somente em dados e conclusões metódicas. São sinônimos para essa palavra: nobre, divino, sublime, superior, celestial. Se relaciona com a crença na existência de um Deus transcendente. Como exemplo da transcendência, no tocante à religião, na teologia, reconhece-se que Deus é um ser transcendente (hyperbekós, do termo grego), ou seja, que está acima da sua criação e não é limitado por ela. Define-se que Deus não está limitado pelo espaço e tempo terrenos (com os quais o mundo natural está submetido).
 
Há o modo de encarar do niilista que narra: “Do nada eu vim e para o nada voltarei”. Niilismo é uma corrente filosófica que opera de forma radicalmente cética e pessimista sobre as interpretações acerca da realidade ou valores humanos. O termo niilismo vem do latim nihil, que significa nada. No limite, essa corrente se fundamenta nas ideias de vazio, de ausência de verdades absolutas, de não explicação para a existência, de desvalorização ou aniquilamento do sentido e da não existência de uma finalidade. Num sentido amplo, consiste numa atitude de negação ou descrença absoluta em relação a princípios, sejam eles religiosos, morais, políticos ou sociais.
 
Em oposição a essa postura de vazio, encontra-se a postura materialista que pensa que “a vida é o acúmulo de bens para garantir o conforto e a segurança daqueles que amo”. O materialismo é uma concepção filosófica que admite a origem e a existência humana a partir de uma condição concreta: a matéria. É uma corrente que acredita nas circunstâncias concretas e materiais como principal meio de explicação da realidade e seus fenômenos sociais, históricos e mentais. Como é uma perspectiva que se baseia na racionalidade, deixando de lado os conceitos sobre o mundo espiritual e a alma, contrapõe-se ao espiritualismo e, sobretudo, ao idealismo, cujo elemento central é a ideia de existência metafísica.
 
Para o materialismo, o modo de vida é condicionado pelos bens materiais. Enxerga o mundo através da ótica racional, instrumental e científica. Entende que o ser humano é movido por progresso e desenvolvimento, acredita que o domínio dos recursos naturais através da ciência irá garantir a satisfação de todas as necessidades e desejos. Busca segurança através da crença que a sociedade pode melhorar seu padrão de vida indefinidamente as custas do controle e domínio dos recursos.
 
Outra característica muito forte da era materialista é a supervalorização da ciência e da natureza humana como fonte de significado e valor. Espiritualidade é tolerada no ambiente privado, mas a tomada de decisão do ambiente público é totalmente direcionada pelo humanismo e pelo pensamento científico.
 
Os pressupostos materialistas que guiam essa visão da sociedade geram uma insatisfação crônica com o que já existe. Vive-se em um mundo que gira em torno da busca incessante por melhorá-lo e torná-lo mais próximo de um conceito abstrato de mundo ideal. A modernidade traz uma condição sem descanso, e fica-se o tempo todo atrás de alguma coisa. Surge então a insatisfação de nunca chegar lá.
 
Os indivíduos, nessas condições, habitualmente ficam desconectados com as suas próprias necessidades internas, entrando em uma cadeia de consumo e que, por não os satisfazer de fato, gera abismos emocionais que tenta preencher inutilmente com mais coisas. O consumo não é capaz de satisfazer todas nossas necessidades internas e as questões existenciais. Assim, as pessoas tornar se acumuladores de coisas e dívidas, tentando inutilmente chegar em algum lugar.
 
É característico da era materialista e racionalista a perda de significados de vida profundos e compartilhados. Isso gera desconexão espiritual, que afasta o ser humano da sua essência, além de um criar um abismo moral na sociedade.
 
Atualmente, em contraponto a visão descrita assim, surge a visão de vida do movimento pós-materialista. Acreditam que se está vivendo a transição de uma sociedade materialista para uma sociedade pós-materialista, da era da posse para era do afeto. Nessa mudança, se acredita que será capaz de transformar a relação não só com as pessoas, mas também com o poder e se busca conectar de outra forma com produtos, recursos e dinheiro.
 
No pós-materialismo emerge uma visão que atribui valor para além do material ou da dimensão da mente. Ao contrário das sociedades pré-materialistas, essa visão não se ancora em entidades supernaturais como deuses, e sim na tomada de consciência da existência de uma dimensão não vista da matéria. Pode ser descrito como uma subjetividade, inspiração, intencionalidade, intuição, conexão, ou uma busca pela manifestação da essência. Essa nova postura tem impacto em como se dá significado à vida e ao mundo, e deixa-se de ver o mundo como totalmente codificável e a realidade como algo congelado.
 
E para você, o que é a vida?

 

Dr. Carlos Hanzani
Médico Homeopata e Psicanalista

 

 

 

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