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A palavra psicossomático vem do grego, psico = emoção e mente, e soma = corpo, físico. Na visão dos profissionais de saúde que compreendem o ser humano de forma integral, o termo psicossomático é usado para fazer referência às patologias que pertencem tanto ao físico quanto ao psíquico. As desordens emocionais, dos sentimentos, dos pensamentos afetam o funcionamento dos órgãos. Esses desajustes provocam múltiplas queixas físicas, que podem surgir em diferentes partes do organismo. Elas são sinais para avisar que algo não está certo conosco, uma forma do corpo e a mente pedirem ajuda. Também conhecida como somatização ou transtorno somatoforme.

A expressão doença psicossomática foi utilizada inicialmente para se referir apenas a certas doenças como a úlcera péptica, asma brônquica, hipertensão arterial e retocolite ulcerativa, nas quais as correlações psicofísicas eram muito nítidas. Posteriormente, foi-se percebendo que tal concepção é potencialmente válida para todas as doenças.

É normal sentir-se mal em vários momentos da vida, em decorrência de eventos ruins, como conflitos internos, brigas familiares, divórcio, acidentes, assalto, perda de entes queridos, desemprego, frustações, violência, bullying, perdas financeiras, pressão por resultados etc. E quanto mais se alimenta lamentações e devaneios pessimistas, mais fortes e dominantes ficam as emoções ruins e negativas.

A pessoa emocionalmente sábia também sente tristeza, irritação, outros sentimentos intensos, vive conflitos, angústia e pressão. No entanto, sabe administrar as emoções de tal forma que a sua qualidade de vida e sua saúde não sofre impactos prolongados.

Mas quando a mente, o psíquico da pessoa, não consegue resolver ou conviver com um determinado conflito emocional, passa a produzir sintomas, disfunções, processos inflamatórios e dores, como um mecanismo de defesa, com o propósito de deslocar a dificuldade e/ou ameaça psíquica para o corpo, chegando mesmo a indução de mutações físicas, oriundas do afeto doloroso. Enfim, acaba indo para o corpo, o que não cabe no espaço das emoções. É uma questão de tempo para o que era somente psicológico, se tornar psicossomático.

O psicanalista Pierre Marty pensa a patologia somática como resultado da impossibilidade de elaboração psíquica das excitações, no plano representativo e emocional do aparelho psíquico, em função de uma estruturação deficiente. Para o médico McDougall, fantasias aterrorizantes, que poderiam tornar-se dizíveis, são apagadas do campo da consciência por mecanismos primitivos, ficando desprovidas de impregnação afetiva e valor simbólico, o que obriga o psiquismo a emitir sinais de sofrimento do tipo pré-simbólico, somático. Chega-se à conclusão de que o adoecer pode ser considerado como uma tentativa de estabelecimento de equilíbrio para o corpo, como o sintoma físico sendo a saída para o conflito psíquico.

Diante de um traumatismo, uma pessoa com atividade psíquica pouco desenvolvida não teria recursos psíquicos e mentais suficientes para lidar com o excesso de estimulação e está desorganização passaria então a atingir as funções somáticas.

Mas mesmo existindo um rico acervo de trabalhos de pesquisa, de estudos profundos da psique humana e da lógica e da consistência das contribuições de grandes mestres da medicina, muitos profissionais da saúde, ainda negam essa relação psique e corpo, e buscam sempre apenas causas orgânica, ou de micro-organismos (vírus, bactérias, vermes etc..), ou de fatores oriundos de eventos genéticos, acidentais, ambientais e só aceitam os sintomas e as doenças como oriundas do psiquismo, quando todas as possíveis causas orgânicas foram excluídas.

Isso faz com que alto número de pacientes perambule por consultórios e mais consultórios, prontos-socorros, realizem uma infinidade de exames e procedimentos sem terem resposta e entendimento para os seus sofrimentos. Consequentemente, a dor emocional torna-se ainda maior e com desdobramentos no plano físico, trazendo mais sintomas, disfunções e doenças físicas. Esse círculo vicioso só se aprofunda ao ser acrescido com inúmeros medicamentos prescritos e suas interações.

Há muitos tipos de doenças psicossomáticas e como elas se manifestam podem variar de pessoa para pessoa. Mas o importante é entender que essas doenças podem afetar qualquer um. Por outro lado, apesar do diagnóstico ser trabalhoso e envolver o conhecimento da psique humana, a falta dele atrapalha muito a qualidade de vida de quem a sofre. Por isso, listo algumas doenças físicas que surgem ou pioram a partir de problemas emocionais:

• Sistema nervoso: enxaqueca, dores na vista, dormência, formigamentos e simulação de doenças neurológicas, tonturas, insônia e outros distúrbios do sono.

• Pele: irritações, coceiras, psoríase, vitiligo, queda de cabelo.

• Músculo e articulação: dores, tensão, artrites e contraturas.

• Dor de garganta: inflamação nas amígdalas e sensação de nó, como se a garganta ficasse fechada.

• Sistema circulatório: dor no peito, palpitações, pressão alta e sintomas parecidos com os do infarto.

• Sistema respiratório: falta de ar (sem estar realizado atividade física), rinite alérgica, bronquite.

• Estômago: dor, queimação, náuseas, gastrites e úlceras gástricas; má digestão

• Intestino: prisão de ventre ou diarreia (síndrome do intestino irritável), flatulência, distensão abdominal.

• Sistema urinário: dor e dificuldade para urinar e doenças urológicas, infeção urinaria de repetição.

• Dificuldades sexuais: diminuição do desejo sexual, alterações no ciclo menstrual, impotência e dificuldade para engravidar.

• Deficiência no funcionamento do sistema imune.

 

Para reverter esse círculo vicioso, há algumas dicas para você evitar esse descaminho e construir uma estrada de saúde física e mental:

• Pratique o autoconhecimento. Autoconhecimento é um termo usado na Psicologia para descrever as informações que um indivíduo utiliza ao encontrar uma resposta para uma pergunta complexa: “quem sou eu?”. Conhecer a si mesmo é uma das habilidades mais importantes para o desenvolvimento e crescimento do indivíduo em todas as áreas de sua vida. Dessa forma, você terá melhor capacidade de identificar e administrar em si próprio e nas pessoas com as quais você interage, as emoções e sentimentos que estão sendo vividos em diferentes momentos e usar essa informação para guiar as suas ações, pensamentos e atitudes. Isso vai te dar mais segurança na hora de lidar com situações difíceis.

• Construa você mesmo sua personalidade. Saiba que você pode se tornar alguém melhor, desenvolver seus talentos, suas habilidades, aprender e corrigir seus erros.

• Preste atenção no que pode causar seus sintomas, tanto na sua vida atual e no que vem vivendo. Um exemplo simples: uma dor na garganta pode ser sintoma de algo que você não disse a alguém e que ficou entalado. Reflita sobre os fatores que o perturbam. A autorreflexão é um exercício que pode ser praticado diariamente ou semanalmente para identificar os pontos desagradáveis em sua vida. Após estabelecer os fatores conflitantes, reflita sobre possíveis soluções, mesmo as que você considere impossíveis. Desta forma, você melhora a sua assertividade. A reflexão também facilita a substituição de hábitos negativos por positivos.

• Dedique mais tempo para a sua saúde mental. Há um remédio até que simples para a saúde mental perturbada: o autocuidado, ou seja, dar atenção a você mesmo. Ser verdadeiro consigo mesmo é um método de prevenção excelente contra transtornos mentais e perturbações emocionais. Cuide primeiro de você! É comum cuidarmos mais dos outros do que de nós mesmos. Não precisa esquecer, ignorar os outros, mas lembre-se que, na verdade, a única pessoa que você pode mudar é você mesmo.

• Perdoe a si mesmo e os outros. Muitas vezes ficamos presos aos traumas do nosso passado. Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra. Aprenda com o passado, não viva no passado.

• Um dos desafios para atingir e manter o bem-estar emocional e físico, é superar o descaso. Descaso é falta de amor-próprio, é falta de respeito consigo. Ainda há muitas pessoas que ignoram os sinais de alerta da mente, não se importando se estão se mantendo tristes, entediadas, desconfortáveis ou com raiva com mais frequência e, assim, atropelam as suas limitações e os pedidos de socorro da sua própria pessoa. Lembre-se, não importa tanto o que você sente, o importante é o que você faz com o que sente.

• Nem sempre você terá a escolha de obter prazer instantâneo para se sentir melhor. Portanto, troque a compulsão pelo esclarecimento para prolongar a paz de espírito.

• Desenvolva mecanismos para lidar com situações ruins. Você pode desenvolver estratégias para lidar com elas de forma que não causem tanto (ou nenhum) impacto em seu emocional. Assim que se sentir incomodado, respire fundo e analise o sentimento para só depois tomar uma atitude a respeito da pessoa ou da situação irritante. Logo você perceberá que muitas das suas reações são inconscientes e podem até mesmo passar a mensagem oposta à desejada.

• Crie tempo para exercitar o cérebro por meio de atividades gratificantes, como meditação, corrida, pintura, música, jogos, pilates e outros. A vantagem de desenvolver um hobby de longo prazo é ter uma alternativa para descansar a mente ou desestressar após um dia ruim quando quiser.

• E, como última dica, se necessário procure a Psicoterapia, pois ela promove o autoconhecimento, o bem-estar, a saúde mental e o amor-próprio tudo junto. Ainda existem percepções equivocadas que atribuem a condição de loucura aos pacientes de terapia, mas isso não é verdade. A Psicoterapia é uma forma de conhecer mais sobre si mesmo e aprender a viver melhor, conforme as próprias regras e de maneira saudável. Procurar ajuda não é motivo de vergonha e sim uma forma de mostras a sua força.

 

Todas as pessoas devem ativamente procurar maneiras de se sentir bem em vez de esperarem um aviso do corpo, cujo processo é mais doloroso e desagradável.



Dr. Carlos Hanzani
Médico Homeopata e Psicanalista

 

 

 

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