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Nossos antepassados lutaram para que as mulheres pudessem ter acesso à saúde de qualidade e ter maior controle sobre sua vida reprodutiva. Hoje vivemos em uma era em que o avanço da Medicina e da indústria farmacêutica nos fornecem inúmeras opções quando se trata de contraceptivos, que são as principais ferramentas de planejamento familiar.

O contraceptivo mais usado no mundo é a pílula combinada de uso diário por ser um medicamento de fácil acesso, disponível em diversas formas e sobre o qual há inúmeros estudos, mas nem sempre é o método mais indicado. Existem também os métodos contraceptivos de longo prazo, como os dispositivos intrauterinos (DIUs) e os implantes anticoncepcionais, que podem ser mais eficazes por dependerem menos da memória da mulher de tomar a pílula, pois ela só é eficaz se tomada de forma correta.

Para saber qual método adotar a mulher deve seguir as orientações de um médico, que levará em consideração suas características individuais, o perfil da paciente e possíveis doenças associadas que ela possa ter. Por se tratar de métodos que possuem hormônios, precisam de receita médica.

As mulheres brasileiras que vivem foram do Brasil sempre buscam métodos e prescrições que já estão familiarizadas, mas nem sempre compreendem suas opções e substituições disponíveis aqui nos Estados Unidos. São muitas as opções de métodos anticoncepcionais disponíveis hoje em dia. Mas, de modo geral, eles se dividem em dois tipos principais: com ou sem estrogênios. Dentro de cada uma dessas categorias de contraceptivos, existem várias opções, com certas particularidades. Para saber mais, confira as perguntas e respostas abaixo.

 

1. Qual a idade mínima para iniciar o uso da pílula anticoncepcional?

Não existe idade mínima para começar anticoncepcional. Realmente há vários usos pediátricos para esses remédios. O que não é bem entendido é que anticoncepcional realmente chega a ser “tratamento hormonal”, e esse é o benefício de seu uso para a população feminina de qualquer idade. Além do seu efeito anticoncepcional, hormônios são usados para tratamento de fluxo de menstruação muito pesado, endometriose e acne, mesmo em pacientes que não estejam ativos sexualmente.

 

2. Quais os melhores anticoncepcionais aqui nos Estados Unidos?

É difícil afirmar que um determinado anticoncepcional é “melhor” que outro. Há os mais comuns, que assim são denominados assim mais devido a promoções das farmacêuticas do que qualquer outra coisa. Historicamente, anticoncepcionais têm várias etapas e cada um tem o seu direito ou uso melhor. É muito comum hoje em dia, os anticoncepcionais serem feitos por progesteronas de “terceira geração” com o estradiol que existem em todos os tipos de contraceptivos. As progesteronas mais comuns são norethindrone, norgestimate e as variações de levonorgestrel.

 

3. Posso usar anticoncepcionais que usava no Brasil? Como faço para fazer o refil da minha receita aqui?

A maioria dos anticoncepcionais do Brasil são iguais aos daqui, só mudando o nome. Se quiser continuar o mesmo, é só pedir ao seu médico ginecologista o equivalente ao seu do Brasil. O médico fará uma pesquisa básica na internet para saber a composição e sua equivalência aqui nos Estados Unidos. Se você trouxe o que lhe foi receitado do Brasil, leve para o médico ver.

 

4. Posso trazer meus exames ginecológicos do Brasil para serem usados aqui nos Estados Unidos? Incluindo receitas para medicamentos?

Sim, com certeza. O problema é só a tradução. Os valores são todos os mesmos, somente o conteúdo e instruções que os médicos daqui terão dificuldade para entender. O melhor seria fazer tradução para o inglês, facilitando, assim, a leitura dos médicos daqui. Outros países como a Índia, todos os resultados de exames e receitas já são feitos em inglês.

 

5. Outros medicamentos que tomo aqui nos Estados Unidos podem influenciar no efeito do anticoncepcional que foram receitados no Brasil?

Sim. Para qualquer medicação é importante perguntar ao seu médico se o seu anticoncepcional influencia. Os mais famosos são os antibióticos. Se você tomar um antibiótico qualquer, precisa usar “proteção” até sete dias depois que termine o regimento receitado.

 

6. A menstruação é necessária para limpar o organismo?

Absolutamente não! Isso é um mito dos tempos gregos. Isso não quer dizer que qualquer mulher que não menstrue não tenha problema, porque há causas em exceções que não faz bem por causa de problemas hormonais como os policistos de ovário graves entre outras. Uma mulher que não tem uma menstruação regular (entre 21 e 45 dias mensais) precisa procurar um ginecologista para saber a causa. Hoje em dia, a maioria das mulheres que não tem um ciclo menstrual regular proposital (induzidos) é por causa de efeitos anticoncepcionais de longo prazo como DIU ou uso contínuo de hormônio. Várias pesquisas já mostraram que não faz mal (não tem efeito na fertilidade nem em risco de câncer). Na verdade, de acordo com estudos publicados pelo CDC (Centro de Controle de Doenças americano), o uso de anticoncepcional por 5 a 10 anos seguidos diminui vários tipos de câncer, incluindo câncer de ovário e dos intestinos. O estudo está no site www.cdc.gov.

 

7. Eu tomava anticoncepcionais no Brasil e engordava muito. O anticoncepcional engorda mesmo? Qual anticoncepcional não engorda?

Na verdade, anticoncepcional não engorda. O único anticoncepcional que, segundo estudos, pode ter efeito de engordar é a injeção de progesterona. Mas, há casos que anticoncepcionais de pílula aumentam a fome, ou talvez diminuam o estresse, e por isso aumenta a “vontade” de comer. Mas não há nada que comprove que anticoncepcionais afetem o seu metabolismo.

Na minha experiência, escuto de quase todos as minhas pacientes que elas acreditam que o anticoncepcional engorda. De fato, o nosso metabolismo é afetado (desacelera) consideravelmente (a maior queda é entre 20 e 30 anos). É mais ou menos nessa idade que começamos a usar anticoncepcional e que o efeito da idade começa a nos influenciar. Então, precisamos ter cuidado com a alimentação e fontes de exercício para que a nossa genética natural (e provavelmente não o anticoncepcional) ajude no controle do peso.

 

8. Quando iniciar uma cartela de pílula pela primeira vez?

Existem vários estilos para começar uma cartela de pílulas tradicionais (de 28 dias - 21 dias de pílula ativas, com hormonais, e 7 sem). Não tem problema em iniciar em um dia qualquer, mas pode ter efeito no seu ciclo menstrual, encurtando-o ou prolongando- o (mas isso não lhe prejudicará). Por isso dizem para esperar o seu ciclo menstrual começar naturalmente. Conte depois do primeiro dia de sangramento, comece a cartela 5-7 dias depois (isso seria o quinto ou sétimo dia do seu ciclo), ou use o tal “começar no domingo após” (neste caso só ajuda a pessoa a começar a cartela com um calendário semanal qualquer).

 

9. A partir de que dia a pílula começa a fazer efeito?

A maioria de médicos diz que uma cartela só faz efeito depois de um mês, mas na realidade isso é só se começar a cartela no meio do ciclo menstrual, exatamente no dia que você ovulou. Tomado um mês de cartela antes da relação sexual seria o máximo de proteção. O uso de um mês conta com qualquer variação no ciclo menstrual de qualquer mulher. Na realidade, se você tiver um ciclo menstrual regular sem a cartela, quando começá-lo ele agirá depois de 14 dias. A mesma coisa acontece após 14 dias da inserção de um DIU (em inglês, IUD) de progesterona. Converse com seu médico ginecologista, pois sempre há exceções.

É importante dizer que, se você tiver relações sexuais e estiver sem querer engravidar por qualquer razão, mesmo tomando pílula (e talvez você tenha esquecido de tomar um dia, por exemplo) é muito importante usar o medicamento chamado “Plan B”, que vem em forma de pílula de hormônio que não deixa o organismo ovular e é vendida sem precisar de receita. Você também pode optar por colocar o DIU de cobre que age até 72 horas depois das relações sem proteção.

 

10. Na pausa entre uma cartela e outra posso ter relações sem medo de engravidar?

A maioria das cartelas vem ou com três semanas de pílula e fala para dar uma pausa de uma semana. Outras vem com quatro semanas, e a quarta é feita por pílulas “em branco”. É nesse tempo sem hormônio que seu organismo entende que é hora de começar o seu ciclo menstrual. Então a resposta é SIM, não deveria engravidar nesse momento, mas cada um tem um organismo diferente, então não se pode dizer com 100% de certeza que você não ficará gráfica. Tem uma parte da população mundial que não tem acesso a anticoncepcionais, que adota esse período do ciclo menstrual como tempo “livre” de relações para ter certeza de que não engravidará, mesmo sem proteção

 

11. É verdade que é necessário parar a pílula de tempos em tempos para o organismo descansar?

Não! Não é preciso parar. É verdade que o uso contínuo de pílulas para algumas mulheres, interfere com o sinal do seu próprio corpo para iniciar o ciclo menstrual, e pode ocorrer um “escape” ou pingos marrons ou até menstruação leve, porque o corpo “quer liberar” o endométrio. É por isso que várias marcas de pílulas contínuas instruem três a quatro “pausas” por ano para não sofrer de escape prolongadas.

 

12. Se eu não tiver relações por um longo período, preciso continuar tomando pílula?

Ter ou não ter relações é uma decisão pessoal. O hormônio (ou anticoncepcional) é só para prevenir gravidez em um momento não planejado. Como a pílula demora um tempo para ter efeito (2-4 semanas), é importante que se esteja pronta. Se você estiver em um tempo na sua vida de “inatividade sexual” claro que não é preciso, mas precisa saber usufruir de suas outras opções de conceptivos, se não estiver tomando nada.

Se você se encontra tendo relações sem proteção é importante procurar o “Plan B” para prevenção de gravidez, que é uma progesterona forte que previne com 98% de certeza a gravidez se for tomado em até 24 horas depois das relações sem proteção. O custo desse medicamento é, geralmente, cerca de US$50. Vale a pena! Se você se encaixar nas situações citadas aqui, compre e tome imediatamente. Os efeitos colaterais do “Plan B” para algumas pessoas geralmente são náusea ou dor de cabeça, mas a maioria não sente nenhum efeito. É muito importante, como uma mulher moderna, que você não se encontre no difícil lugar de engravidar sem querer.

Lembre-se de que a pílula não lhe protege de infecções e infecções sexualmente transmissíveis. Uma recomendação é todo casal se testar antes de qualquer relação. Eu sempre ensino os meus pacientes que, com qualquer parceiro novo, os dois deveriam ser checados pelo menos uma vez, de preferência antes de qualquer relação sexual. Se não for possível antes, o mais breve possível, para que se detecte qualquer doença que poderia lhe prejudicar.

Você tem dúvidas sobre o assunto abordado neste artigo ou sobre quaisquer outros temas da saúde da mulher? Venha me fazer uma visita! Será um prazer atender você!



Dra. Stacey Pereira
Ginecologista e Obstetra
Brasileira em Atlanta
Women’s Integrative
OBGYN
404-388-6219

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