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Geração mimimi; geração Nutella.”

“No meu tempo era diferente. Bastava meu pai olhar pra mim e eu saia tremendo.”

“Essa galera é muito fraca. Ficam cheio de frescura, de depressão, de sei lá o que…”

É assim que muitos retratam os nossos filhos e netos, a nova geração.

Um dia desses, eu passeava em um parque aquático com meus filhos, e diante de nós, esperando na fila pra descer em um dos toboáguas, estava uma moça jovem. Seus braços estavam cheios de cicatrizes de cortes de faca. Ela não escondia os braços e nem as cicatrizes, que eram muitas. Conheço bem aquele tipo de cicatriz. Já conversei com alguns jovens de 12, 13 anos de idade que faziam a mesma coisa. Jovens que se mutilam, cortam os próprios braços, para esconder a dor da alma. Talvez aqueles braços bem à mostra eram um grito de socorro, um “por favor, alguém me ajude!”

Mas nós os chamamos de “Nutella”, frescos, fracos... Talvez eles sejam tudo isso mesmo. Mas a resposta que não quer calar é: quem os educou? Quem os criou?

Como diz o famoso treinador de um time de basquete Frank Martin: “Me estressa muito ouvir adultos dizendo que as crianças mudaram, que já não são como antigamente. As crianças não mudaram. Crianças nascem não sabendo nada, absolutamente nada a respeito do mundo. Nós, como adultos, é quem mudamos. Nós não os ensinamos mais. Nós não acreditamos no potencial deles. Nós queremos fazer a vida deles e a nossa fácil em vez de se envolver na formação de um ser-humano”.

Geração Nutella, geração mimimi, fracos, preguiçosos... Mas quem está gerando, ensinando, disciplinando e caminhando ao lado dessa geração? Quem está pegando nas mãos, mostrando e ensinando sobre o mundo, formando o caráter deles?

Histórica e biblicamente, sempre existiu uma responsabilidade de uma geração transferir conhecimento a próxima seguinte. E quem tem feito isso? Nós, os pais, a igreja, os professores? Ou estamos tão ocupados ou preguiçosos que delegamos essa tarefa para MTV, Lady Gaga ou alguma celebridade do YouTube ou Instagram?

Rir, criticar, humilhar uma geração pelo que ela se tornou é tão ridículo quanto um escritor fazer uma resenha negativa de seu próprio livro; ou um pintor que odeia sua própria obra.

E se, em vez de os chamar de “Nutella”, de “mimimi” ou de fracos, nos oferecermos para caminhar ao lado deles? E se, ao invés de duvidar, criticar, apontar o dedo, estendermos a mão, disciplinar, treinar, encorajar e ensinar?

Há um grito dentro da alma da geração “Nutella” por um propósito, querendo encontrar o seu lugar, querendo ser útil. Mas nós estamos muito ocupados postando memes no Facebook para parar o que estamos fazendo e investir na vida deles. Chamá-los de “Nutella” é muito mais cômodo. Reflitamos sobre isso!

“Ensine seus filhos no caminho certo, e, mesmo quando envelhecerem, não se desviarão dele.” (Provérbios 22:6)

 

Por Tathiana Schulze
Jornalista e Escritora

 

 

 

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