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Uma amiga postou no Facebook uma foto com a seguinte frase: “Ainda não tem filho e vive reclamando que não tem tempo para nada? Sabe de nada, inocente.” Já estava dando umas risadinhas de satisfação até que li o que uma pessoa postou nos comentários: “Pelo tanto de mãe que tem aqui pelo Facebook, acho que isso não é bem verdade, mas vou saber melhor daqui um tempo, quando meu bebê chegar”.

Acho que algumas mães poderiam ficar ofendidas com o comentário daquela moça, mas vou dizer algo pra você: andei fazendo uma análise sincera do meu tempo e percebi que às vezes uso meus filhos como uma desculpa para minha má administração do tempo.

Admito para vocês que é um desafio diário não deixar que as várias distrações (dentre elas uma das principais é a internet) roubem o tempo que tenho. Recentemente tive um exemplo: numa terça-feira dessas não marquei nenhuma atividade, para ficar em casa organizando algumas coisas. Mas antes de começar a minha lista, logo cedo resolvi dar uma olhadinha na previsão do tempo, no meu e-mail e nas notícias do dia. Quando vi, já se tinham passado duas horas e ali eu estava.

A verdade é que os meios de comunicação ganham muito dinheiro por cada clique que damos em uma matéria, então eles atacam pesado mesmo. Já viu em uma página quantos links há pra outras matérias? “Veja também” ou “leia isto” e assim vai... Muitas coisas até são interessantes, mas a verdade é que, se não tivermos muito controle próprio, passamos horas ali.

Já no dia seguinte, ciente de todo o tempo que tinha perdido no dia anterior, decidi que focaria naquilo que precisava fazer, sem dar aquela olhadinha, que deveria durar 15 minutos e acaba durante 2, 3 horas. Fiquei tão feliz de ver o quanto consegui fazer e quantos itens da minha lista de pendências consegui resolver! Não estou dizendo que criança não tome tempo e que temos que ser a capa da revista Claudia, com a casa sempre perfeita, filhos adoráveis e vida impecável, mas creio que um pouco de sabedoria pode me ajudar muito no dia a dia. E para vencer essa batalha contra a distração e o mau uso do meu tempo, tenho focado em duas áreas.

A primeira arma é a do domínio próprio e da conscientização. A Bíblia diz em Salmos 90:12: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria.” Tenho meditado sobre esse versículo e trato de tê-lo sempre presente em minha mente. Se tivermos a consciência constante de que o tempo é um dos recursos mais preciosos que temos, certamente vamos usá-lo com mais sabedoria. O tempo é um recurso limitado e diferente do dinheiro. Os momentos que perdemos não podem ser recuperados. Quanto tempo já perdi vendo coisas que nem me interessavam... Poderia ter usado esse tempo pra fazer uma comida saudável para minha família; ou para ter organizado aquele álbum de fotos que faz tempo que quero fazer; ou pra dar uma ajuda extra pro meu filho naquela matéria que ele está tendo dificuldade. Quem sabe, poderia ter lido um pouco a Bíblia ou até investido em mim mesma, aperfeiçoando-me no espanhol, que sempre tive vontade de estudar; ou então usado meu tempo pra abençoar alguém, feito uma visita a um doente, conversado com uma jovem que precisa de conselhos, levado o amor de Deus para alguém...

A segunda arma dessa batalha tem sido bem prática: trocar o mundo virtual pelo real. Muitas pessoas acabam usando o mundo virtual como um substituto para relacionamentos reais. Sentem-se sozinhos e então a internet vira uma distração para a solidão. Mas que tal sair da sua zona de conforto e buscar construir relacionamentos reais, seja com seus filhos ou com amigos? Quantos momentos memoráveis tive junto com meus filhos andando de bicicleta no parque! Quantas oportunidades tive de ensiná-los sobre a criação de Deus, enquanto dávamos comida para um patinho ou caminhávamos em uma trilha. Conhecemos muitas pessoas, algumas com as quais brincamos e conversamos por uma tarde, e outras que se tornaram grandes amigos.

Outra razão pela qual me preocupo com a quantidade de tempo que passo no Facebook e internet é o exemplo que quero dar para os meus filhos. Quero que eles aproveitem esses anos da infância pra correr, brincar, aprender a se relacionar com outras crianças e criar gosto pela vida. Quero que eles aprendam a amar a natureza, caminhar lá fora, sentir o cheirinho de chuva… Quero também que eles cresçam crianças sociáveis, que saibam bater um bom papo, que desfrutam de uma conversa ao redor da mesa, que deem boas gargalhadas jogando “Imagem e Ação” e brincando de fazer coceguinhas. Como isso será possível se mamãe e papai não derem o exemplo? De que adianta eu falar “vai brincar, que é muito mais divertido” se ele me vê horas na frente do computador? Termino com um pequeno poema de Carol Diggory Shields (com tradução livre minha) que li em um livrinho infantil para meus filhos, mas que me lembrou da realidade de que, dia a dia, o nosso tempo aqui nesta terra vai se passando:

O sol nasce e a lua se põe.
No tique toque do relógio, mais um dia se passou.
Os dias se vão, dançando um a um.
Quando sete se passam, uma semana acabou.
A lua está contando lá no céu,
Semana por semana, já um mês se acabou.
Mês a mês se formam as estações,
Outono, inverno, primavera e verão.
O sol nasce e a lua se põe
E mês a mês um ano se passou.

 

Por Tathiana Schulze
Jornalista e Escritora

 

 

 

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