As crianças se acostumam com a ideia de que adultos são muito ocupados e que tudo que eles têm para oferecer a elas são migalhas: migalhas do nosso tempo, migalhas da nossa atenção. Crianças se acostumam a viver com as sobras que muitas vezes damos para elas: sobras da nossa energia, sobras do nosso tempo, sobras do nosso melhor.
E nós também nos acostumamos a dar o nosso melhor para o trabalho, para o ministério, para os amigos, para nossos hobbies ou para a casa nova... e dar somente as sobras para os nossos filhos.
Acostumamo-nos a dar toda nossa energia para os de fora e deixar apenas o cansaço e o estresse para os de dentro. Afinal, elas são apenas crianças...
Mas, lá no fundo do nosso coração, tem aquela coisinha chamada consciência, aquela voz suave que nos diz: “É verdade, crianças se acostumam a viver de sobras, de migalhas, e elas podem até sobreviver apenas dos nossos restos.” Mas será que é isso que queremos? Será que queremos que elas se acostumem somente com as nossas migalhas?
As mudanças e reformas passaram, a loucura acabou. Sempre aparece algo tentando nos deixar ocupados demais para dar o nosso melhor aos nossos filhos. Já sei que eles se adaptam e se acostumam a viver com as sobras, com uma mãe demasiadamente ocupada ou distraída. Mas é isso o melhor que podemos oferecer aos nossos filhos?
“Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente.” (1 Timóteo 5:8).
Por Tathiana Schulze
Jornalista e Escritora