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O passado é parte do destino do homem e é imutável. Mas o futuro não tem de ser, necessariamente, pelo passado. Os erros cometidos podem ser uma lição para o futuro. Com isso, o sentimento de culpa é presença constante na vida de todas as pessoas, é um fenômeno to-talmente natural em qualquer ser humano, muitas vezes inevitável, mas pode se tornar uma rica fonte de aprendizado e evolução. A diferença está na forma como esse sentimento é enca-rado, absorvido e vivenciado, e isso está relacionado com o caminho do amadurecimento, do aprendizado e da evolução.
A culpa é considerada saudável quando nos move em direção a pensamentos e comportamentos positivos. Com ela podemos criar alternativas e atitudes para sair daquela situação desconfortável que já aconteceu. Esse tipo de reflexão saudável nos prepara para novas rotas e evita que tomemos as mesmas atitudes que tragam novamente o tal sentimento.
A grande chave para transformar o sentimento de culpa é saber que todo erro pode — e deve — gerar um aprendizado. Além disso, a dor da culpa também pode resultar em um ato de amor. O importante é fazer uma análise da sua própria vida, de maneira sincera. Somente assim é possível identificar os problemas e dar um novo significado a esses acontecimentos ruins.
Quanto mais nos engajamos em certos pensamentos, aumentamos a chance de eles permanecerem em nossa rotina. Embora muitas vezes possamos achar que determinados pensamentos fazem parte da nossa personalidade, sabe-se que temos a competência de mudarmos os nossos pensamentos e, consequentemente, os nossos hábitos.
O nosso cérebro tem uma grande capacidade de “flexibilidade ou plasticidade”, ou seja, quanto mais nos engajarmos em novos pensamentos e comportamentos, maior a força de criar conexões no cérebro. Como resultado, será maior a probabilidade de mudarmos os nossos pensamentos e isso influenciará na forma como nos enxergamos o mundo.
Romper com o ciclo da culpa preocupante e que nos paralisa requer a vontade de estar aberto para um exercício constante de autorreflexão e de determinação. Começar a mudar os seus próprios pensamentos e comportamentos diante de situações de culpa contribui para o desenvolvimento da inteligência emocional.
A superação desse ciclo, além de promover uma melhor autoestima e capacidade de expressão, aumenta a nossa a capacidade de empatia com o outro e consigo mesmo. Assim, reduz a vulnerabilidade à raiva, à tristeza, à depressão e, em última análise, nos ajuda a viver de forma mais plena, feliz e com o sentimento de realização.
COMO LIDAR COM A CULPA?
Observe os seus pensamentos e como você reage a eles. Quando a culpa ou o remoer de um pensamento vier à tona, pare e observe como você reage a esse sentimento, quais pensamentos vêm a sua mente, quais situações que despertam esse sentimento de culpa. Coloque no papel, faça uma lista com duas colunas. Na primeira, coloque os pensamentos e na segunda os seus comportamentos e as suas reações. Antes de começar a pensar em alternativas, desenvolva a capacidade de observar de forma atenta como esse sentimento desagradável aparece.
Visualize a situação de uma forma mais clara e ampla. Perceba os sentimentos que podem estar mascarados. Será que o sentimento é mesmo de culpa ou é insatisfação pessoal? Também pode ser estresse emocional, medo de avançar ou a falta de objetivos definidos que fazem você ficar estagnado na única coisa que está mais visível: o passado.
Se algum sentimento mascarado está alimentando a sensação de culpa totalmente distorcida e improdutiva, chegou a hora de praticar o autoconhecimento e de reconhecer o que limita seu crescimento. Somente dessa forma você vai conseguir se libertar do que prende seu avanço.
Para que a culpa se torne produtiva, o primeiro passo é se desapegar do sentimento de grandeza. Depois, a pessoa deve saber que a vida não é controlável. É fundamental reconhecer a sua responsabilidade diante da situação. Assuma a responsabilidade pelos seus próprios sentimentos, pelos seus atos. O que fazer daqui para frente? Quais são as suas ações de melhorias para evitar o mesmo erro? O primeiro passo é aceitar aquilo que fez, ou não fez. Esse é o momento de refletir sobre os motivos pelos quais você agiu ou não agiu. Pode ser que você realmente tenha “pisado na bola”, tenha feito algo antiético ou se omitiu diante de um dever, por exemplo. Ao cometer um erro real e danoso, assuma a responsabilidade e repare o erro de maneira objetiva ou minimize os danos ou conserte o que foi feito os danos que gerou, se coloque à disposição para ajudar, volte atrás com aquela palavra injusta que pronunciou. Isso é o que todo ser humano responsável deve fazer ao cometer erros. Negar seus erros reais não vai afastar a culpa, apenas tornará você uma pessoa insensível. Porém, ao reconhecer e reparar seus erros reais de maneira transparente e sincera, você se livra da culpa e poderá dormir de consciência tranquila. Caso não seja possível, apenas perdoe, a si mesmo e ao outro, e aprenda com a experiência para não repetir os mesmos erros novamente.
Quando estamos abertos ao próprio diálogo de sensibilidade consigo mesmo, reconhecemos e aceitamos as mágoas provocadas por situações traumáticas que aconteceram no passado, por exemplo. É preciso reconhecer que em grande parte das vezes, a pessoa agiu de acordo com as suas possibilidades naquela situação.
Reflita realisticamente: o que é justo esperar de você mesmo naquele momento da sua experiência vida? Você não tinha as habilidades que tem hoje. Você não sabia o que sabe agora. Pergunto: se você tivesse a consciência, a intuição, o insight, a energia que tem hoje, você teria agido de forma diferente? Se a resposta honesta for sim, você não terá dificuldade em se perdoar. Portanto, avalie as circunstâncias do momento em que cometeu o “erro”. Provavelmente irá reavaliar a si mesmo de forma menos negativa.
“Ninguém é perfeito. Sentir-se culpado sobre algo ou alguém, talvez seja um dos melhores indicadores de que a perfeição não existe.”
Todos erramos. Nos agarrarmos à ideia de que é possível viver livres de comportamentos considerados negativos, assim como dizer sempre a verdade, sempre pensar o melhor a respeito do outro etc. Mas embora possamos nos aprimorar para adotar bons comportamentos, nem sempre temos controle sobre tudo. Tenha clareza sobre as suas limitações. Falhar faz parte da vida, perder o controle e ter sentimentos ruins também. O que fazemos com isso é o que realmente importa.
É importante notar que o ato do perdão é fundamental, principalmente aquele em que perdoamos a nós mesmos. Afinal, o que nos feriu ou nos magoou pode ter vindo das nossas próprias atitudes — ou da falta delas. Desenvolva maior compaixão consigo mesmo. Comece a desenvolver um diálogo interno no sentido de começar a aceitar mais a sua própria humanidade. É natural você cometer erros e sofrer com eles. Desenvolver a compaixão é como um antídoto para a culpa, requer auto avalição sincera, paciência e compromisso.
Se você não tomar cuidado, vai transformar o sentimento de culpa em algo relativamente permanente e altamente improdutivo em sua vida. Isso porque a culpa, quando não gera nenhum tipo de transformação pessoal, somente traz sofrimento e faz com que você perca uma energia considerável, enfraquecendo o organismo e, infelizmente, adoecendo a mente e o corpo. Traz uma carga negativa de crenças, afetando todos os pensamentos do indivíduo e influenciando como o que pensa a respeito de si mesmo. Ao invés de buscar alternativas e possibilidades, a culpa faz com que a pessoa fique apenas se lamentando e se sentindo mal. Indivíduos que carregam culpa, não se sentem merecedoras, inconscientemente destroem tudo em suas vidas.
Importante realçar alguns outros pontos. Preste atenção, já que existem várias outras situações em que o sentimento de culpa é irreal, é incompatível com a realidade da vida. Por exemplo, se sentir culpado pelos atos errados ou problemas de outra pessoa. Muitas situações induzem à culpa porque você está se sentindo não só responsável pelos comportamentos, mas pela vida inteira dos outros. E isso não é justo com você mesmo. Ajudar, ser generoso, servir ao próximo é uma postura louvável, humanística e altruísta. Mas se respeite, sabia se olhar, não se esqueça. Reconheça seu direito de proteger seus próprios interesses e valorizar as suas necessidades tanto quanto as necessidades dos outros.
Outra situação é que os ideais de comportamento que você estabeleceu para si mesmo, num certo momento da sua vida, podem ser muito elevados e irreais. Nesse caso, talvez você esteja se sentindo culpado por não realizar uma coisa que não está ao seu alcance realizar. Todos nós temos limites internos. Além disso, a busca compulsiva pela perfeição é um cenário maravilhoso para o fracasso e para a baixa autoestima.
Um resumo de tudo o que falamos aqui sobre sentimento de culpa pode ser: aceite-se plena e incondicionalmente. Sim, você cometeu erros, e provavelmente cometera vários outros. Mas você certamente é digno de sua próprio amor e respeito.
Dr. Carlos Hanzani
Médico Homeopata e Psicanalista na Art Of Healing Atlanta-Clinic
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