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A Medicina científica começou mais ou menos 500 anos antes de Cristo. Nessa época apareceu Hipócrates (480 a 370 a.C.), que conseguiu desenvolver a Medicina como disciplina independente, separando-a das práticas religiosas e das superstições. Os pensamentos e conhecimentos de Hipócrates são válidos até hoje e foram preponderantes para a criação da homeopatia. Hipócrates, considerado o Pai da Medicina, nos ensina que existem seres humanos a serem curados e não doenças a serem tratadas.

O estado de saúde resulta de uma reação contínua do organismo no sentido de manter o equilíbrio vital. O ser humano está sujeito a estímulos de toda natureza, internos e externos, que podem romper o equilíbrio indispensável que caracteriza a saúde e a vida.

Segundo Hipócrates, esse equilíbrio é mantido por um mecanismo interno de adaptação e de defesa, uma força natural interna, que ele denominou de “Vis medicatrix naturae”, que significa “força curativa da natureza”.

Quando ocorre um desequilíbrio em uma ou mais partes, esse mecanismo procurará automaticamente o restabelecimento do equilíbrio, mantendo o indivíduo saudável. Esse desequilíbrio poderá afetar em maior ou menor intensidade as outras partes e isto será manifestado e percebido pelos sintomas.

Na visão da homeopatia, os sintomas não representam a doença e, sim, um alerta indicativo de que algo está fora do normal. Mostra que ocorreu uma reação do organismo na tentativa de se adaptar ou se defender perante uma agressão (interna ou externa). Na homeopatia busca-se entender não só o que o ocorreu, mas principalmente como o sintoma ocorreu e o que o provocou e auxiliar o ser humano a recuperar o seu equilíbrio vital.

O sintoma pode ser comparado a um alarme de incêndio. É um grito de alerta. É o que às vezes chama mais a nossa atenção. Apenas desligar o alarme (eliminar os sintomas) não resolve, pois essa ação não vai apagar o incêndio.

Samuel Hahnemann, semanticamente e com sua concepção vitalista, substituiu o termo “vis medicatrix naturae” de Hipócrates, por “força vital”, que no processo saúde-doença é afetada e desequilibrada, trazendo ao organismo distúrbios de funções e sensações reconhecidos como sintomas.

O Prof. Dr. Marcelo Pustiglione, no seu livro “Organon da arte de curar de Samuel Hahnemann para o século XXI”, substituiu o termo “força vital” por “eixo psico-neuro-endócrino-imunitário” (Eixo PNEI). Levando em conta, que para o médico homeopata, restituir a saúde consiste em reequilibrar a força vital ou Eixo PNEI dinamicamente e não suprimir sintomas representativos ou vicários que, uma vez suprimidos, ou recidivam ou elegem outro local de manifestação. Para tratar esse desequilíbrio energético, a homeopatia lança mão de recurso medicamentoso capaz de agir dinâmica e suavemente sobre o estado de saúde das pessoas.

A reação é a tradução do desequilíbrio (sintomas/sinais) e mesmo perante o mesmo agente agressor é diferente em cada indivíduo, e para restabelecer o equilíbrio, devemos usar um remédio que seja semelhante a esse desequilíbrio, do indivíduo.

A terapêutica homeopática age por estímulo semelhante ao da enfermidade e a terapêutica alopática age (geralmente) por um efeito contrário, por isso ela se inicia por antibiótico, antiespasmódico, antitérmico. Por exemplo, se você estiver com febre e tomar um antitérmico aliviará o mal-estar com a redução da temperatura, mas a enfermidade que a produz continuará seu curso. Com a elevação da temperatura, aumenta a produção de anticorpos e a otimização das defesas orgânicas. Assim, reduzir a febre logo de início é favorecer a enfermidade. A febre não é doença, é um sinal de alarme de que algo não vai bem. Sim, existem certas condições clínicas que exigem a redução da temperatura, o mais breve possível, mas isso não é a regra.

Quando um medicamento homeopático é prescrito para um episódio febril, considera-se a febre e todas as demais alterações e sintomas que a acompanham. A diminuição da temperatura implica na resolução do problema e não apenas no alívio transitório.

Outro exemplo bastante ilustrativo é o caso de amidalites de repetição. A cada novo episódio empregam-se antibióticos e anti-inflamatórios. Porém, passados trinta a quarenta dias, acontece um outro episódio. O que está errado? Foram considerados apenas os aspectos da enfermidade e não a maneira como o indivíduo faz sua enfermidade. Tratar o episódio agudo com antibióticos não está rigorosamente errado, mas isso não é curativo.

Muitas vezes as pessoas recorrem à homeopatia por estarem insatisfeitas com a medicina alopática, pois só obtiveram efeitos paliativos para seus problemas, após longos tratamentos.

Para a homeopatia cada pessoa é única e indivisível. O tratamento visa o doente na sua totalidade, considerando os aspectos físicos, relacionados com a enfermidade, e as características pessoais do gênio, do humor, dos hábitos, das predisposições e a maneira peculiar como cada um reage aos acontecimentos da vida.

É comum as pessoas falarem que a homeopatia é lenta. Na verdade, a resposta ao tratamento dos episódios agudos é rápida, mas o tratamento curativo dos problemas crônicos geralmente exige um tempo maior. Não existe um tempo preestabelecido. Cada paciente tem um grau de reatividade diferente, que depende da idade, constituição, enfermidades sofridas e dos tratamentos realizados anteriormente.

A perfeita caracterização dos sinais e sintomas é que vai definir qual ou quais medicamentos serão mais apropriados para cada caso. Assim, para que o trata- mento curativo tenha êxito, cabe ao médico e ao paciente constituírem juntos esse quadro, com a maior riqueza de detalhes possível. Isso implica num importante grau de auto-observação por parte do paciente e em uma relação médico-paciente franca e amigável. Por esse motivo a consulta homeopática é mais demorada, pois a intenção é individualizar ao máximo o paciente.

Iniciado o uso dos medicamentos homeopáticos, os sintomas gradualmente vão melhorando, surge uma sensação de bem-estar, com maior disposição e ânimo. Passados 60 a 90 dias do início do tratamento, gradativamente os sintomas podem começar a retomar, como se perdêssemos o equilíbrio conquistado. Isso indica que está na hora de reavaliar o quadro clínico evolutivo, com a possibilidade de mudança da dinamização do medicamento, ou eventualmente o próprio medicamento.

A cada nova reavaliação, com o aumento progressivo da dinamização dos medicamentos, o período de melhora fica maior, até que se atinja um estado de equilíbrio duradouro, com necessidade cada vez menor de reavaliações.

Durante o tratamento homeopático, podem ocorrer algumas reações orgânicas, que são favoráveis ao restabelecimento da saúde. Geralmente elas ocorrem entre o 8 º e o 14 º dia do início da medicação, e pode acontecer febre, aumento da transpiração, episódios de diarreia ou vomito, erupções pruriginosas, aparente piora dos sintomas atuais e volta de alguns sintomas antigos. Todas essas reações costumam ser transitórias, não necessitando de intervenções. Elas indicam habitualmente, que o tratamento está correto e que o paciente está reagindo bem.

Atualmente, contamos com aproximadamente 2.500 medicamentos homeopáticos. Alguns são imensos, apresentando cerca de 4.500 sintomas e outros com apenas algumas dezenas.

O medicamento homeopático é sensível a temperaturas superiores a 50 graus, ondas eletromagnéticas de televisores, micro-ondas, raios-x e a determinadas substâncias químicas, especialmente a cânfora, que é um antídoto de qualquer medicamento homeopático. Eles devem ser guardados em lugares escuros secos e sem cheiros fortes, que possam prejudicar sua eficácia.

O remédio homeopático é um preparado fabricado pelas farmácias de homeopatia em ambiente próprio e com critérios específicos, a partir de substâncias de origem mineral, vegetal e animal (matéria bruta) para serem usados no tratamento homeopático e com técnica farmacêutica específica, padronizada e regulamentada pelo Conselho Federal de Farmácia.

Como o medicamento inicia sua ação por meio do contato com a mucosa oral, devemos evitar a ingestão de alimentos e bebidas, bem como a escovação dos dentes, por um período de cinco minutos, antes e após o uso da medicação. Quando for prescrito mais que um medicamento, eles não deverão ser tomados ao mesmo tempo. Dê um intervalo de no mínimo meia hora entre eles.

Um engano muito comum é confundir a homeopatia com a fitoterapia, a qual emprega extratos vegetais na forma de chás, soluções, cápsulas e comprimidos, e tem uma atuação interna mais ao nível químico.

Outra dúvida frequente é quanto ao uso de medicamentos não homeopáticos durante o tratamento. A medicação de uso prolongado, tal como antidiabéticos, anticonvulsivos e hormônios só deverá ser alterada com expressa orientação médica. Além disso, existe um falso conceito de que os dois tipos de medicação (alopática e homeopática) são incompatíveis.

Finalizando, gostaria de afirmar que a homeopatia não é uma panaceia. Ela tem suas indicações e, como terapêutica médica, tem seus limites. Empregada isoladamente ou em associação com outras modalidades terapêuticas, inclusive a alopatia, auxilia o médico a cumprir sua missão: ser útil ao doente sem prejudicá-lo, como queria Hipócrates.

 

Dr. Carlos Hanzani
Médico Homeopata e Psicanalista

 

 

 

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