Endometriose: quando a dor não é normal, e você não está exagerando

Quantas vezes você já ouviu que “cólica faz parte”, que “é assim mesmo” ou que “tudo está nos seus nervos”?
Para muitas mulheres, esse tipo de frase virou rotina. Mas é justamente essa normalização da dor que faz com que milhares de brasileiras convivam, por anos, com um diagnóstico silencioso, doloroso e frequentemente ignorado: a endometriose.

Mais do que uma simples condição ginecológica, a endometriose é uma doença inflamatória crônica que pode afetar a fertilidade, o bem-estar emocional e a qualidade de vida de forma profunda. O que muitas mulheres não sabem é que, mesmo convivendo com dor intensa, fadiga e desconforto, ainda podem demorar até dez anos para receber o diagnóstico correto.

O que realmente é a endometriose

A endometriose acontece quando o tecido semelhante ao endométrio, aquele que reveste o útero por dentro, cresce em locais errados, como os ovários, trompas, bexiga, intestino e até em outras áreas da pelve.
Durante o ciclo menstrual, esse tecido reage aos hormônios do corpo, inflamando e sangrando como se ainda estivesse dentro do útero.
O problema é que, fora dali, ele não tem por onde ser eliminado, o que causa inflamação, aderências (quando órgãos se colam entre si) e até deformações anatômicas.

Com o tempo, essa inflamação contínua pode causar dor intensa, infertilidade e fadiga constante. A mulher passa a se sentir limitada física e emocionalmente e, muitas vezes, desacreditada até por profissionais de saúde.

Os sinais que o corpo dá

Os sintomas da endometriose variam muito. Algumas mulheres sentem dores insuportáveis; outras, quase nada.
Mas existem sinais de alerta que merecem atenção:

  • Cólicas menstruais intensas e incapacitantes
  • Dor durante ou após a relação sexual
  • Fadiga, inchaço e distúrbios intestinais
  • Dificuldade para engravidar
  • Dor ao urinar ou evacuar, especialmente durante o período menstrual
  • Sensação de peso na pelve e alterações de humor

Esses sintomas são, com frequência, confundidos com síndrome do intestino irritável, infecções urinárias recorrentes ou desequilíbrios hormonais simples. O resultado é um diagnóstico tardio, que prolonga o sofrimento físico e emocional.

Quando a dor é um pedido de ajuda

Na Women’s Integrative OBGYN, recebemos mulheres que viveram anos ouvindo que “era psicológico” ou que “passaria com o tempo”.
Validar o sofrimento é o primeiro passo para o tratamento, porque dor que limita sua vida não é normal.

Se você precisa faltar ao trabalho, recusa convites ou vive à base de analgésicos fortes para lidar com a cólica, é hora de investigar com profundidade. A dor é o corpo pedindo atenção, não silêncio.

Diagnóstico: ciência, escuta e tecnologia

Identificar a endometriose exige um olhar clínico treinado, tecnologia de ponta e, principalmente, escuta ativa.
O diagnóstico começa com uma conversa detalhada sobre seu histórico menstrual, sintomas e rotina. Depois, exames específicos ajudam a confirmar o quadro, como:

  • Ultrassom transvaginal com preparo intestinal, capaz de visualizar lesões profundas
  • Ressonância magnética, que ajuda a mapear a extensão da doença
  • Laparoscopia diagnóstica, um procedimento minimamente invasivo usado quando há dúvida

Ter um profissional que compreenda a complexidade da endometriose e esteja disposto a investigar além do básico é essencial.
Na Women’s Integrative OBGYN, unimos precisão diagnóstica com uma abordagem integrativa que respeita o corpo, o ritmo e as emoções de cada mulher.

Tratamento: um plano feito sob medida

Não existe uma única fórmula. Cada paciente tem um tipo diferente de endometriose, um histórico hormonal próprio e um estilo de vida que precisa ser considerado.
O tratamento pode incluir:

  • Controle hormonal com pílulas, implantes ou DIUs medicados
  • Cirurgia minimamente invasiva (laparoscopia) para remoção de lesões e aderências
  • Fisioterapia pélvica para aliviar a dor e restaurar a mobilidade
  • Apoio à fertilidade para quem deseja engravidar
  • Terapias complementares, como acupuntura, suplementação nutricional e técnicas de regulação emocional

Nos casos mais avançados, a cirurgia pode devolver qualidade de vida, mas deve sempre ser feita por uma equipe experiente e especializada em técnicas minimamente invasivas.

A realidade das brasileiras nos Estados Unidos

Entre as brasileiras que vivem nos Estados Unidos, é comum postergar exames e consultas por causa das barreiras de idioma, da rotina intensa de trabalho ou da dificuldade de acesso à saúde.
Mas ignorar sintomas crônicos pode agravar o quadro e dificultar o tratamento.

Ter uma ginecologista que fala português e entende a cultura brasileira faz toda a diferença.
Na Women’s Integrative OBGYN, liderada pela Dra. Stacey Pereira, oferecemos atendimento bilíngue e uma abordagem humanizada para que cada paciente se sinta compreendida, respeitada e segura para compartilhar suas preocupações, sem medo de julgamento.

Viver com qualidade é possível

Com o tratamento certo, é possível controlar a dor, melhorar a fertilidade e recuperar o bem-estar.
Mais do que aliviar sintomas, o objetivo é devolver à mulher o direito de viver com conforto e liberdade, de trabalhar, planejar uma família e desfrutar dos momentos simples da vida sem dor.

A endometriose não define quem você é, mas escutar o seu corpo pode transformar o modo como você vive.

Se você sente que há algo errado, procure ajuda.
Cuidar de si mesma não é egoísmo. É o primeiro passo para cuidar de tudo o que você ama.

 

Dra. Stacey Pereira, MD
Obstetra, Ginecologista e Cirurgiã

Deborah Pereira, PA-C
Women’s Integrative OBGYN & Wellness
womensintegrativeobgyn.com