Será que você teve atração pelo que viu ou pelo que você não enxergou? O ser humano não se encontra uns com os outros por acaso, na maioria das vezes acreditam que algo em especial gerou atração e afinidade. Contudo, não fazem a menor ideia que podem ter sido atraídos mutuamente pelas dores e carências inconscientes, silenciosas ou ocultas. Geralmente você ouve ou diz as seguintes expressões quando existem algum tipo de envolvimento umas com as outras:
– Eu não consigo tirar aquela pessoa da minha cabeça!
– Sonhei com ela esta noite e acordei pensando que ela estava do meu lado.
– Para onde vou, enxergo ela em algum lugar, seria um delírio?
– Que olhar penetrante, parece até que me enxerga por dentro!
– Quando vi, o meu coração acelerou, tive frio na barriga!
– Quando eu sinto o cheio, já começo a procurar para saber se é ela.
– Ela tem o poder de tirar a minha concentração!
Em geral, tem algo em comum e misterioso poder por traz de um contato visual e/ou auditivo tão breve que gera esta cadeia de reflexos mentais, emocionais e com desdobramentos no corpo físico. Há quem tenha a atenção despertada simplesmente por conta da voz que ouviu por telefone ou ao vivo – O que está por traz desta nota sonora para ativar conexões tão profundas? A atração é um movimento silencioso, prazeroso e cheio de mistérios, cujo processo tem inúmeras variações de acordo com a abertura das pessoas envolvidas.
Antes de se envolver com alguém preste muita atenção as conexões inconscientes, pois elas existem e podem comprometer toda a sua vida. Quantos relacionamentos não eram para você e, ainda assim, se envolveu e viveu as dores e angustias de uma escolha infeliz? Vou lhe apresentar questões que parecem não ter nada a ver contigo, mas se puder, busque estas respostas, você irá se surpreender com os resultados das suas pesquisas:
– Como foram os relacionamentos dos seus bisavós e avós parte de mãe e pai?
– Quais foram os conflitos e dores mais marcantes na vida deles?
– Em qual contexto os seus avós se conheceram?
– Como agiam as mulheres e os homens mais velhos da família?
– Quais eram os desafios e vícios mais presentes na sua família desde as suas bisavós, seus bisavôs até os seus pais?
– Haviam consumo de fumo, bebidas alcoólicas, abusos sexuais, machismo, conservadorismo, fé cega, descompromisso com os estudos, endividamentos, falta de dinheiro e escassez?
– Como os seus pais se conheceram?
– Haviam traições com motivação sexual dentro dos relacionamentos dos seus avós e na relação dos seus pais?
– Em algum momento da sua vida você viveu rejeição e indiferença? Consegue descrever como era a sua reação quando isso acontecia?
– Atualmente ou recentemente você viveu alguma experiência de rejeição e indiferença?
– Você testemunhou os seus pais revivendo alguns dos desafios, dores e vícios que seus avós vivenciaram?
– Como você avalia a sua própria caminhada nos relacionamentos até os dias de hoje, identifica alguma repetição de padrão comportamental?
– Os seus bisavós, seus avós e seus pais sempre foram pessoas prósperas financeiramente ou dinheiro e dívidas sempre foram uma realidade para eles?
– O que você sempre buscou num relacionamento é o que você recebeu ou recebe na prática?
Agora faça uma pausa, respire e reflita a sua vida. Será que você brigou com você mesmo para não viver o que seus pais e avós viveram? Será que o seu desejo foi vivido na prática? Você conseguiu mesmo não repetir os padrões comportamentais deles de modo algum?
Todas estas questões anteriores abrem portas para inúmeras informações guardadas no silêncio no corredor do tempo. São baús trancados com sete chaves, nos quais guardam respostas sobre muralhas que foram criadas muito antes da sua existência. Entretanto, como o silencio deles sempre foi muito grande, você nunca teve acesso a nenhuma destas informações, no entanto, as conexões inconscientes são transmitidas através das gerações e seus descendentes agem sem saber de onde originaram.
– Quantos comportamentos tóxicos e abusivos foram ocultados ou sufocados ao longo do tempo?
– De acordo com os modelos de relacionamentos quantas ameaças foram feitas para que não fossem revelados os abusos ou violências?
– Quantos sentimentos foram reprimidos, transformados em memórias traumáticas profundas e até mesmo em doenças físicas?
Sendo assim, muitas pessoas geralmente alegam que foi um olhar, uma fala, um gesto, uma abordagem que despertou a atenção e atração. Será que esta linguagem corporal e verbal não gerou conexões com os enigmas ou códigos inconscientes, histórias psicológicas e heranças emocionais dos familiares das pessoas envolvidas?
Este é um tema que requer profundo estudo, investigação do ambiente familiar, individual e as diversas realidade que aqui não foram listadas, mas o texto tem por finalidade promover uma reflexão. Não tem finalidade terapêutica, tão pouco me proponho aqui trazer qualquer tipo de verdade sobre os comportamentos humanos. Que cada um busque os seus próprios caminhos para encontrar as suas próprias verdades. Pare, reflita e busque as suas respostas. Felicidades!
Texto – Por Uemerson Florencio
* Uemerson Florêncio – Escritor. Treinador, palestrante e correspondente internacional onde expõe sobre a análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises.


