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Ansiedade todo mundo tem, é normal e necessária, porque tem a ver com nosso instinto de sobrevivência. Mas ela se torna algo ruim quando começa a trazer transtornos que dificultam, ou até paralisam, a vida.

O espectro da ansiedade vai desde a ansiedade normal até o transtorno do pânico (crise de alerta total, pois a pessoa tem a certeza de que ela vai morrer de imediato), passando por vários outros nesse espaço. Nos transtornos de ansiedade os pensamentos são sempre negativos.

Se falamos, portanto, de um mal como a ansiedade, não podemos isolá-lo das circunstâncias comuns a todas as pessoas que vivem nos dias de hoje. Vive-se uma vida cheia de prazeres e facilidades, no entanto grande parte dos seres humanos está infeliz e ansiosa. O problema é que vida nenhuma se sustenta nas facilidades e comodidades, já que o prazer não é constante. O que agora causa um prazer intenso agora pode não causar prazer nenhum no futuro. Viver em torno do prazer é condenar-se à frustração, o que gera ansiedade. Além disso, o conforto também traz consigo outra armadilha: o medo constante de perdê-lo. Se em alguns casos esse temor é justificado, na maioria das vezes é um medo vago e paralisante.

A ansiedade é um problema sério, mas é possível aprender a lidar com ela e minimizar os seus efeitos. Atualmente, as telas são um equipamento às vezes útil, no entanto neurotizante em grande parte das vezes. Muitos pais se preocupam, com toda a razão, com a exposição do filho às telas. Porém a exposição deles próprios às mesmas telas é muito mais preocupante e sério, pois, além dos problemas que geram para esses adultos, acabam sendo o exemplo negativo para as crianças.

As pessoas que se expõem sistematicamente ao consumo de redes sociais têm alterações cerebrais análogas àquelas que acontecem no cérebro dos viciados em drogas, isso tudo identificado e comprovado por ressonância magnética funcional. Talvez você nunca tenha reparado na quantidade de coisa que pode aparecer na telinha do celular e que pode levar à ansiedade: a comparação com a vida alheia, notícias com fotos e vídeos de tragédias, polêmicas sobre tudo quanto é tema, marketing duvidoso e apelativo, a busca e a expectativa pelos likes etc. E essas coisas não aparecem sem que depois surja na tela um cãozinho ou outro animalzinho ou mesmo uma criança fazendo alguma trapalhada ou uma gracinha, o que dá a viciante sensação de perder para depois ganhar. Se você quiser ter a cabeça no lugar, precisa filtrar, escolher muito melhor o que vê e, muitas vezes, tirar os olhos do celular.

Para ajudá-lo(a) a vencer os problemas com esse vício e ter mais paz de espírito, mais concentração, mais clareza mental para alcançar seus objetivos, convido você a cumprir algumas propostas simples, mas resolutivas.

A primeira coisa a se fazer é registrar quanto tempo você consegue ficar sem o celular. Se você trabalha com o celular, use-o apenas para esse fim e se afaste das redes sociais, dos joguinhos, das notícias. É possível que não aguente muito tempo. Aguente o máximo que conseguir e registre, numa folha de papel. Esse tempo é a medida de seu vício. Quanto menor é esse tempo, mais você é escravo. E não há como contradizer tal fato. Depois que você mediu esse tempo, você deve se comprometer a, pelo menos uma vez por semana, reservar 20 minutos no seu dia (cronometrados) para ficar quieto: 10 minutos na parte da manhã, 10 minutos na parte da tarde. Durante esse período, é proibido fazer qualquer coisa: ouvir música, andar, falar, escrever, até rezar. Você só vai ficar quieto, olhando para uma paisagem. Fazendo isso, você inicia um reajuste no sistema de recompensas de seu cérebro.

Para lutar contra seu vício, você deve levar em consideração o seguinte: cair não é motivo para desanimar. Ainda que passe anos lutando contra o seu vício, você não pode cair nem no desespero (“eu não vou conseguir, é inútil continuar tentando”), nem na complacência (“ah, sempre convivi com o vício, então não tem problema”). O esforço deve ser contínuo e constante, como para conquistar qualquer coisa difícil.

Faça também essas duas práticas: aterramento e exposição ao Sol; elas são fundamentais para reorganizar o sistema de recompensas do cérebro. Você deve ficar exposto ao Sol durante 30 minutos por dia. Não vale expor-se à luz solar dentro de casa, você deve sair ao ar livre. Só assim você entrará em contato com a luz o suficiente para que a atividade tenha efeito. Para fazer o aterramento, você deve andar descalço na grama durante 30 minutos do seu dia. Se você mora em um apartamento, vá para um parque fazer a atividade. Você pode, em 30 minutos de sua manhã, sair para o parque e fazer o aterramento e a exposição à luz do Sol ao mesmo tempo. E tudo isso sem levar as telinhas junto.

O futuro, por definição, ainda não chegou, mas você já tem medo dele. Os confortos atuais não trouxeram apenas o vício no prazer, mas o medo em perdê-lo. No passado, as pessoas viviam em situações muito mais difíceis que as de hoje em dia; o acesso ao básico da vida era muito mais difícil e, muitas vezes, impossível. O trabalho como um todo, especialmente o doméstico, era muito mais pesado, e as pessoas não tinham nem a metade dos temores atuais. A todo momento vive-se ansioso, temendo o futuro, profetizando a pobreza, o sofrimento e a morte. E não devemos deixar de pensar nas tragédias, pois isso só vai aumentar medo. Pelo contrário, devemos pensar seriamente nelas. Essa técnica se chama premeditatio malorum, que é pensar que o pior pode acontecer sim.

Para praticar a meditação da premeditatio malorum, você deve considerar o medo que mais causa em você ansiedade. Você deve ser honesto e não florear o exercício, não importa se seu medo parece ridículo ou não perante os outros. Para você, ele é real. Não importa se o seu medo é morrer de infarto, perder o emprego, seu relacionamento afetivo ou não receber likes. Causa ansiedade em você? Então é com ele que você fará o exercício. Você vai passar o tempo necessário (pelo menos uma semana, não existe tempo máximo) realizando imaginativamente o seu medo. Se o que você tanto teme se tornasse real, o que aconteceria? Como seria sua vida se esse medo se tornasse real? O que você sentiria? Por quanto tempo você sofreria? O que você faria para tentar remediar ou resolver a situação (lembre-se, você está encarando o pior cenário). Isso vai causar incômodo no início, mas você vai perceber que esse incômodo vai dando, dia após dia, lugar a certa indiferença. Quando você conseguir chegar à indiferença total, significa que o medo foi vencido e você ficou mais forte. E não é só isso. Com esse exercício, você também encara a seguinte situação: várias futilidades que poderiam muito bem ser abandonadas ligam você a esse medo e, frequentemente, a outros medos. Que futilidades são essas? Você não pode trocá-las por outra coisa, como um trabalho voluntário, por exemplo?

A nossa inteligência, a nossa sensibilidade, a nossa vida devem ser mais bem usadas para, de fato, evoluirmos como seres humanos, para sermos melhores, tanto para si quanto para os outros e o mundo.

Existem outros circuitos no nosso cérebro que podem e devem ser ativados para atingir esse nível. Esses circuitos são os da empatia, da gentileza, da compaixão, da percepção da beleza da criação. Atualmente se fala muito sobre eles, mas poucos os praticam. Se esses circuitos não forem acionados, os circuitos patológicos continuarão dominantes. Esses circuitos positivos, só serão acionados com atitudes.

 

Dr. Carlos Hanzani
Médico Homeopata e Psicanalista

 

 

 

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