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Tathiana Schulze é jornalista de formação, mas sua paixão é encorajar mães na linda e desafiadora missão chamada maternidade. Nascida em Curitiba, Tathiana mudou-se para os Estados Unidos com planos de ficar apenas seis meses, com o objetivo de aprender inglês e juntar dinheiro, mas esse tempo se transformou em 18 anos. Atualmente mora em Atlanta e foi aqui que conheceu amigos que se tornaram uma família. Casou-se com Christian e teve seus três filhos – Joshua (12 anos), Ian (10 anos) e Noah (7 anos).

Atlanta tornou-se um marco em sua vida, pois aqui ela viu vários dos seus sonhos se realizarem. Ela, que sempre desenvolveu trabalhos com crianças e pré-adolescentes na igreja e em orfanatos e outras instituições, entendeu ainda mais a importância de cuidarmos e edificarmos a próxima geração quando teve seus filhos. Nos trabalhos que desenvolve com crianças, Tathiana começou a perceber que não basta apenas trabalhar com elas, mas que é necessário apoiar, capacitar e encorajar os pais, pois eles são aqueles que passam mais tempo com os filhos e são seus maiores influenciadores. Muitos pais e mães amam sinceramente seus filhos, mas sentem-se perdidos em como educá-los e guiá-los no caminho correto.

Aproveitando o mês das mães, dedicamos esta edição de maio para falar sobre o assunto. Convidamos Thatiana, que recentemente publicou o seu livro “Maternidade: presente ou fardo?”, para um bate-papo.

 

Cia Brasil: Tathiana, por que você decidiu escrever um livro sobre maternidade?

Tathiana: Eu sempre sonhei em ser mãe, mas quando tive meu filho estava dividida entre dois sentimentos: amava-o profundamente e me sentia realizada por um lado; e por outro me sentia cansada, sobrecarregada e dividida entre tantas tarefas, como um elástico que é puxado de um lado para o outro e está prestes a arrebentar. Sabia que cuidar de um filho era uma responsabilidade grande, mas me questionava se era normal estar tão sobrecarregada o tempo todo. Fui levando a situação até que, quando meu filho mais velho completou 1 aninho, descobri que estava grávida do meu segundo filho. Naquele momento tive convicção de que algo precisava mudar.

Foi aí que comecei a aprender sobre prioridades e as diferentes fases da nossa vida. Assim como as estações do ano, nossa vida também é feita de estações, cada um com sua beleza e dificuldades. O inverno, por exemplo, assusta muitos com o frio. Por outro lado, traz a neve que é uma das coisas mais lindas da natureza. Na nossa vida, cada estação, cada fase que passamos, traz suas alegrias e dificuldades. Mas existe um propósito para cada uma delas. Assim como no verão usamos roupas frescas para enfrentar o calor, e no inverno casacos pesados para nos esquentar, cada fase da nossa vida requer prioridades e escolhas sábias de como usamos o tempo.

Quando comecei a aprender sobre esses princípios, compartilhava sobre o assunto em um blog (no Instagram @ blogmamaereal) e recebia milhares de mensagens de mães que amam seus filhos profundamente, mas sentiam-se desgastadas com as tarefas da maternidade. Elas sentiram-se encorajadas com meus textos. Depois de alguns anos escrevendo para o blog, nasceu em mim o desejo de escrever um livro.

 

Cia Brasil: Fale um pouco mais sobre o livro. Qual é o seu assunto principal?

Tathiana: Primeiramente, mostrar para as mamães que o trabalho que elas desenvolvem com seus filhos é de extrema importância. Que elas não estão perdendo tempo ou ficando para trás quando se dedicam a esta linda missão. Nossos filhos enfrentam batalhas todos os dias. Eles têm questionamentos sobre a vida, sobre se são aceitos e amados; muitas vezes sofrem bullying, rejeição e decepção. O trabalho de uma mãe e de um pai vai muito além de trocar fraldas, dirigir os filhos para a escola, ou achar o par perdido de sapatos que sempre desaparece justo quando estamos com pressa para sair. A verdade é que a cada refeição que preparamos, a cada conversa no carro, a cada momento compartilhado, estamos formando o caráter dos nossos filhos. Estamos ajudando-os a entenderem quem são, qual sua missão neste mundo e como lidar com as dificuldades que inevitavelmente terão.

Segundo, compartilho princípios práticos de como é possível viver uma maternidade leve, alegre e intencional mesmo sabendo que nesta jornada, encontraremos sim desafios.

 

Cia Brasil: O que você considera ser importante para nossos filhos?

Tathiana: Muitas vezes nos enganamos acreditando que o que nossos filhos precisam é de um celular de marca e roupas caras. Mas o que nossos filhos realmente precisam é do nosso tempo, da nossa atenção, da nossa instrução. Sabemos que a vida aqui nos Estados Unidos é agitada, a maioria de nós trabalha longas horas e precisa dirigir bastante todos os dias. Mas não podemos deixar que aquilo que é “urgente” roube o que realmente é “importante”. Precisamos saber separar um tempo para a família, nos desligarmos dos eletrônicos e do trabalho por algumas horas e ir a um parque com nossos filhos, ensiná-los a jogar bola, contar histórias da nossa infância. Às vezes corremos o risco de nos tornarmos ocupados demais, importantes demais e distraídos demais.

 

 

Mas se olharmos para a vida de Jesus, não era assim com Ele. A Bíblia nos diz que um dia seus discípulos ficaram muito nervosos porque algumas crianças queriam chegar perto de Jesus (Marcos 10:13). Jesus ficou indignado com seus discípulos, que provavelmente achavam que Ele era muito importante para perder seu tempo com crianças. Jesus, no entanto, não pensava assim. Ele chamou as crianças para perto de si e as abraçou e abençoou. Como pais, costumamos dizer que nossos filhos são a coisa mais importante na nossa vida. Mas será que na prática é assim que as coisas acontecem? Se não podemos parar por algumas horinhas na semana, desligar a TV ou deixar outras coisas de lado, será que temos mesmo demonstrado para eles que eles são prioridade?

 

Cia Brasil: Qual é a sua mensagem para as mamães brasileiras da nossa comunidade?

Tathiana: Quero parabeniza-as pelo mês das mães! Sabemos que nem sempre é fácil cuidar de outro ser humano quando nós mesmas temos nossas lutas, tristezas e dificuldades, principalmente nestes tempos de pandemia, em que tantas coisas mudaram repentinamente. Mas quero assegurar que Deus vê todo o esforço e Ele se importa com as mães e seus filhos. Ele dá graça e sabedoria às mães e as guia junto com seus filhos. E se parecer que o fardo está muito pesado, lembre-se da oferta de Jesus: “Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo. Deixem que eu lhes ensine, pois sou manso e humilde de coração, e encontrarão descanso para a alma. Meu jugo é fácil de carregar, e o fardo que lhes dou é leve.” (Mateus 11:28-30)

 

Cia Brasil: Tathiana, neste mês das mães, qual é o seu conselho e palavra de conforto para as mulheres que gostariam de ser mães e não conseguem engravidar ou para aquelas que perderam seus filhos?

Tathiana: Maio é o mês que celebramos o Dia das Mães. Para muitas de nós é um mês de flores, chocolates e lembrancinhas dos nossos filhos. Mas para outras pode ser um mês difícil. Mulheres que têm se questionado se devem ir à igreja no domingo ou simplesmente ficar em casa porque todo o tempo serão lembradas de sua dor: a dor de, por anos, ter sonhado e gerado um filho em seu coração, mas ainda não o ter gerado dentro de seu ventre. Mulheres que experimentaram a alegria do exame positivo e que poucas semanas depois tiveram a dor da perda. Mulheres que experimentaram a alegria do exame positivo, as dores do trabalho de parto, mas que voltaram do hospital com seus braços vazios. Mulheres que nunca tiveram a chance de pôr seus bebês nos seus bercinhos que foram preparados com tanto carinho.

 

 

Mulheres que chegaram em casa do hospital com seu lindo bebê e acharam que tudo estava bem, mas que meses ou anos ou décadas depois viveram o maior pesadelo que uma pessoa pode experimentar: a morte de um filho. Mulheres que na sua “solteirice” sonham com o dia em que vão poder encontrar alguém para construir uma família. Mulheres cujo filhos não se enquadram na famosa frase “que venha com saúde” e que talvez nunca vão conseguir fazer um trabalhinho bonito de Dia das Mães, ir a um shopping ou retribuir o que estas guerreiras fazem por eles dia após dia.

Pelos órfãos que não têm a quem presentear neste dia; ou por aqueles que os relacionamentos têm sido tão difíceis que este dia só traz mais tristeza e dor. Por todos aqueles que as mães já não estão mais aqui... O Dia das Mães é belo! E é também difícil para muitas. Mas eu quero que você, mãe, saiba que eu me importo com você. Não, eu não sei quão grande é sua dor, mas eu não vou fingir que essa dor não existe para você. E por mais que eu não possa tirar esta dor do seu coração, eu farei uma silenciosa oração por você. Sua dor não me espanta nem me separa de você. Quero que saiba que você é importante, você é amada. Saiba que no meio de tudo isso, você é importante e sua história é importante.

O Dia das Mães pode trazer sentimentos diferentes para mim e para você. Mas, acima de tudo, o amor nos une. Neste mês das mães, em meio a celebrações e alegria, não nos esqueçamos de estar sensível àquelas que têm vivido uma jornada diferente da nossa.

Agradeço à Cia Brasil Magazine pela oportunidade de poder compartilhar sobre a minha história e o meu livro. Graças a Deus, ele tem alcançado milhares de mães que têm sido fortalecidas ao perceber que seu trabalho é importante.

 

Se você gostou de nosso bate-papo, não deixe de adquirir o seu exemplar. O livro “Maternidade: presente ou fardo? - Encontrando alegria e propósito em meio aos desafios diários” foi publicado pela Editora Pão Diário, e quem desejar comprar um exemplar ou agendar uma palestra sobre o assunto, pode contactar Tathiana pelo telefone 678-687-2600 ou pelo Instagram @blogmamaereal. No dia 21 de maio ocorrerá o lançamento do livro para mulheres somente às 7:30 pm na igreja MSBN em Marietta, Geórgia.



da Redação
Fotos: Arquivo de Tathiana Schulze

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