ptenes

Access the Magazine Online

VISITE NOSSAS MÍDIAS SOCIAIS

Contact: 770.256.4524
magazine@ciabrasilatlanta.com

Editorias
Links Úteis

Um dia, ao retornar de um retiro que organizei para crianças e pré-adolescentes, uma mãe se aproximou de mim e disse: “Retiros com crianças devem ser uma delícia, afinal, que problemas as crianças têm? No máximo, elas podem reclamar porque a mãe não permite que elas comam doces.”

Na correria de entregar as crianças aos seus pais, não tive a oportunidade de responder àquela querida mamãe, mas se tivesse, diria a ela que o meu sonho era que ela estivesse certa. Meu desejo era que as crianças não tivessem problemas, preocupações ou tristezas. Como eu adoraria viver em um mundo onde, pelo menos as crianças, fossem poupadas de dor e decepção. Como eu desejo que ela estivesse certa...

No entanto, teria que dizer a ela que, infelizmente, a realidade é bem diferente do que ela imagina. Trabalhando há mais de 17 anos com ministério infantil e de pré-adolescentes, e dando aulas em escolas, o que tenho visto e ouvido das crianças é muito mais sério do que uma simples reclamação por causa de doces ou pela obrigação de fazer lição de casa.

Na semana passada, por exemplo, uma pessoa entrou em contato comigo pedindo oração pelo filho de uma amiga, que tem apenas 10 anos. O menino havia tentado suicídio e estava internado em uma clínica psiquiátrica. Os pais estavam desesperados.

Também me recordo de minha vizinha Olivia, que, aos 8 ou 9 anos de idade, foi internada com anorexia; e das incontáveis conversas que tive com crianças e adolescentes que sofrem de depressão ou se sentem culpados por algo que aconteceu; que sofrem com o divórcio dos pais, que se odeiam por se compararem com os padrões inalcançáveis dos famosos; que vivem ansiosos em relação ao futuro, que aparentam felicidade, mas carregam dentro de si centenas de dúvidas e inseguranças.

Eu adoraria viver em um mundo onde crianças não sofressem. Mas a verdade é que elas sofrem. Sofrem com doenças no corpo, com dúvidas e questionamentos na mente, com dores e tristezas na alma. As crianças são continuamente atacadas e tentadas. O inimigo de nossas almas joga sujo e não tem intenção alguma de poupar as crianças. Ele deseja matar, roubar e destruir. Nossas crianças são alvo desse ataque. Elas têm dúvidas sobre sua identidade, sobre quem são e qual é o seu propósito. Sentem-se rejeitadas ou veem a si mesmas como um peso. Possuem inseguranças e medos.

E por que estou escrevendo isto? Para disseminar o medo? Para exaltar os problemas deste mundo moderno? De jeito nenhum! Escrevo isto porque acredito que não podemos ser ingênuos em relação às batalhas que nossos filhos enfrentam diariamente. O inimigo veio para roubar, matar e destruir, mas Jesus veio para que tenhamos vida e a tenhamos em abundância (João 10:10). Não podemos fechar os olhos e fingir que essa batalha não existe. Também não podemos viver escravizados pelo medo. Precisamos nos revestir de coragem pela fé e nos colocarmos na brecha pela vida deles, através da oração e intercessão. Além disso, devemos estar presentes em seu dia a dia, caminhar ao lado deles e capacitá-los para que possam vencer essa batalha através da Palavra.

É importante diminuir o ritmo, parar e realmente ver e ouvir nossos filhos. Devemos escutar suas lutas, dificuldades, medos, alegrias e sonhos. Devemos conversar com eles, orar por eles e estar presentes em suas vidas. A nossa presença e apoio podem fazer toda a diferença.

Como pais e educadores, precisamos estar atentos aos sinais de sofrimento e buscar ajuda profissional quando necessário. Não podemos subestimar a complexidade das emoções e desafios que as crianças enfrentam atualmente. É fundamental oferecer um ambiente seguro e acolhedor, onde elas se sintam amadas e apoiadas.

Então, não podemos negligenciar os problemas enfrentados pelas crianças. Devemos agir com compaixão, empatia e comprometimento. É nosso papel ajudá-las a superar essas dificuldades e fortalecê-las para enfrentar os desafios da vida. Juntos, podemos criar um ambiente mais saudável e acolhedor para as nossas crianças, onde elas possam se desenvolver plenamente e alcançar todo o seu potencial.

Neste mundo complexo e desafiador, é fundamental lembrarmos que as crianças não são imunes às dificuldades e precisam de nosso suporte. É nosso dever como adultos responsáveis estarmos presentes e disponíveis para elas. Somente assim poderemos construir um futuro mais promissor e seguro para as próximas gerações.

Que possamos refletir sobre a importância de cuidarmos das nossas crianças e promovermos um ambiente de amor, compreensão e proteção. Juntos podemos fazer a diferença na vida delas e moldar um mundo melhor para todos.

 

Por Tathiana Schulze
Jornalista e Escritora

 

 

 

Copyright © 2014 CIA Brasil. Todos os direitos reservados.
É permitida a compartilhação de matéria e fotos desde que citada a fonte: www.ciabrasilatlanta.com.
Produzido e gerenciado por: Editora Kiron