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Quando meus filhos ainda eram bem pequenos , comecei a reparar que uma menina vizinha, a Olívia, vinha muito brincar na minha casa. Gosto muito que crianças venham brincar com meus filhos, mas achei estranho, porque ela é uns seis anos mais velha, e os brinquedos de crianças pequenas não eram interessantes para ela. Numa das ocasiões que ela veio brincar, me disse que gostava de vir aqui conversar, pois seus pais estavam sempre em ligações muito importantes e não podiam conversar com ela. Infelizmente, as vezes nós, pais, nos tornamos demasiadamente importantes para nossos filhos. Explico: somos tão importantes, tão ocupados, que a vida simples das crianças está fora do nosso alcance.

O mundo das crianças é simples: um brinquedo quebrado, um desenho rabiscado em um papel, o desejo de brincar. Quando nos tornamos importantes ou ocupados demais, para nos “diminuir” e encontrar com nossos filhos no mundinho deles, geramos afastamento.

Como você se sentiria se cada vez que fosse conversar com seu marido sobre seus sentimentos e atividades do dia ele agisse como se aquilo fosse muito pequeno e sem importância para ele? Pior ainda: imagine que você está triste porque seu carro quebrou ou uma amiga a feriu. Você vai conversar com Deus e então Ele diz: “Estou ocupado demais pra me importar com seu carro que quebrou. Você não sabe que eu tenho todo o universo para cuidar? As estrelas, os países, os governantes... Seu mundinho e problemas são muito simples para mim.” Bom, certamente Deus não é assim.

A Bíblia conta a história dos discípulos. Eles ficaram estressados quando algumas crianças se aproximaram de Jesus. Eles começaram a retirá-las para longe, pois na opinião deles Jesus era muito importante para se preocupar com aquelas crianças. O que eles não sabiam era que Jesus via as crianças com outros olhos, via valor nelas, e mandou que os discípulos deixassem que elas se achegassem perto dele. Jesus não se achou muito importante ou muito ocupado para dar atenção para aquelas crianças e as coisas aparentemente simples e sem importância que fazem parte do dia a dia delas.

“Certo dia, trouxeram crianças para que Jesus pusesse as mãos sobre elas, mas os discípulos repreendiam aqueles que as traziam. Ao ver isso, Jesus ficou indignado com os discípulos e disse: ‘Deixem que as crianças venham a mim. Não as impeçam, pois o reino de Deus pertence aos que são como elas’.” (Marcos 10: 13 e 14).

Jesus se indignou ao ver que os discípulos achavam que Ele era muito importante para gastar tempo com aquelas crianças. Enquanto Jesus não se achou importante demais ou ocupado demais para parar o que estava fazendo e atender aquelas crianças em suas necessidades, tantas vezes nós como pais, inconscientemente, achamos que somos importantes demais. Achamos que sempre tem algo mais importante para ser feito. Sempre há algo urgente para ser resolvido. E assim nunca temos tempo de parar e ouvir nossos filhos. Tornamo-nos tão ocupados que, a cada dia, adiamos a prioridade de ensiná-los no caminho que devem andar.

Para mim, pode ser apenas um rabisco no papel. Já para meu filho, é o desenho que ele tanto se esforçou para fazer e demonstrar seu amor. Não podemos nos iludir: dentro de pouco tempo nossos filhos terão suas próprias vidas e o mundinho simples de uma criança será apenas uma recordação nos nossos álbuns de fotografia e em nossa memória. O tempo que temos para ensiná-los, para estar presente em suas vidas, para ouvi-los e abençoá-los são poucos.

Por isso precisamos nos lembrar a cada dia: não seja uma pessoa importante demais e ocupada demais para dar a atenção que seu filho precisa. A infância deles é um presente que recebemos para que nós mesmos possamos avaliar o que realmente importa nesta vida. E como diria o cientista francês Louis Pasteur, “Qualquer criança me desperta dois sentimentos: ternura pelo que ela é e respeito pelo que poderá vir a ser.”

 

Por Tathiana Schulze
Jornalista e Escritora

 

 

 

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