ptenes

Access the Magazine Online

VISITE NOSSAS MÍDIAS SOCIAIS

Contact: 770.256.4524
magazine@ciabrasilatlanta.com

Editorias
Links Úteis

Ano passado completei quarenta anos e o médico ordenou, como parte do check-up anual, o exame de mamografia, que deve ser feito anualmente a partir dessa idade, e é extremamente importante que o façamos. Fui fazer o exame sem nenhuma preocupação, afinal, a médica já havia feito o exame de toque e não havia sentido nada. Não tenho nenhum caso na família de câncer de mama e não estou na idade de risco.

Para a minha surpresa, recebi um e-mail da médica poucas horas depois do primeiro exame solicitando uma segunda mamografia, pois necessitavam de mais imagens. Fui com tranquilidade.

Quando terminei o exame e estava já pegando a minha bolsa para ir embora, a médica me disse que precisariam fazer um ultrassom, pois havia uma massa no meu seio. A técnica de ultrassom fez o exame e logo me disse que eu precisaria aguardar para falar com o médico. Em poucos minutos o médico entrou na sala e me disse que eu precisaria voltar para uma biópsia. Ele me encaminhou para a enfermeira responsável pelo Departamento de Câncer, que marcaria a biópsia e me explicaria sobre os possíveis resultados e procedimentos necessários.

Quando entrei na sala dela e vi nas paredes quadros com o símbolo rosa, que é usado para conscientizar sobre o câncer de mama, e ela começou a me explicar sobre os tipos de câncer, a ficha caiu: e se o resultado da biópsia vier positivo? E se eu estiver com câncer?

Diante da possibilidade de um resultado médico que poderia alterar minha vida, o inevitável aconteceu: passei alguns dias reflexiva, pensando sobre minha vida.

Para minha surpresa, a primeira constatação foi que eu estava em paz. Independentemente do resultado daquela biópsia, o Senhor estava cuidando de mim e da minha família. Tinha certeza de que a promessa de Jesus em Mateus 28:20 que diz “Eu estou com vocês todos os dias, até os fins do tempo” era verdadeira, e que Ele estaria comigo todos os dias, não importava o que acontecesse.

Com a certeza do cuidado de Deus, minha próxima reação foi fazer um balanço da minha vida. Se o resultado da biópsia fosse preocupante e se eu estivesse com meus dias contados aqui na terra, o que gostaria de ter feito que não fiz? Havia algo pendente, que eu sabia que precisava ter resolvido, e fui empurrando com a barriga? Estava procrastinando algo? Se o médico me dissesse que eu já não teria mais tempo, eu teria algum arrependimento? Nesse momento de reflexão diante de Deus, lembrei-me de três situações que eu sabia que deveria ter resolvido e deixei para depois.

Por que empurrar com a barriga algo importante? Ainda durante aquele momento de espera para o resultado, tratei de resolver as situações que sabia que precisava resolver. E diante disso, meu coração novamente se encheu de paz.

Após alguns dias de espera, a biópsia foi marcada. Mais alguns dias, e o resultado chegou: a massa era benigna e normal e nada precisaria ser feito. Assim, esse episódio me ensinou algo muito importante: devo viver, diante de Deus e das pessoas, de uma forma que não tenha arrependimentos caso meus dias aqui se acabem.

A verdade é que nenhum de nós sabe quantos dias ainda teremos. Eu nunca esperava, ao fazer a mamografia, que mais e mais exames seriam necessários. Ninguém nunca espera ter um ataque de coração ou um acidente de carro. Mas a maior certeza da vida é a morte. Não é uma questão de “se eu morrer”, mas uma questão de “quando eu morrer”, e isto quando ninguém sabe, salvo o Autor da vida (Deus), que tem nossos dias aqui na terra contado. Por isso, precisamos viver a vida aqui na terra prontos para morrer. Mas, como assim?

Primeiro, precisamos ter a certeza de que estamos prontos para nos encontrar com o nosso Pai quando dermos o último suspiro. Como podemos ter esta certeza? Quando recebemos o perdão de Deus que é oferecido para todos nós através de Jesus: “Pois Cristo também sofreu por nossos pecados, de uma vez por todas. Embora nunca tenha pecado, morreu pelos pecadores a fim de conduzi-los a Deus. Sofreu morte física, mas foi ressuscitado pelo Espírito.” (1 Pedro 3:18)

A segunda questão que precisamos resolver é a questão dos nossos relacionamentos. Existe alguém que eu precise perdoar e nunca o fiz? Preciso pedir perdão para alguém? Como está o meu relacionamento com meus pais, meu esposo ou minha esposa, meus filhos? Tenho minha consciência tranquila quanto a esses relacionamentos? Há algo que preciso confessar, acertar ou dizer? Se sim, a hora da oportunidade é agora.

A terceira questão é pensar como usamos nosso tempo até agora. Tenho feito meus dias contar? Tenho tido sabedoria na forma como usei este presente tão precioso que são meus dias aqui na Terra?

E por último, como está a organização da minha vida financeiramente e em geral? Se algo acontecer comigo, tenho pessoas de confiança que sabem o que deve ser feito com relação aos meus filhos e minhas possessões?

Pensar sobre essas coisas não é pessimismo e tampouco depressivo. Pensar sobre essas coisas é, na verdade, sabedoria. O salmista disse: “Ajuda-nos a entender como a vida é breve, para que vivamos com sabedoria.” (Salmos 90:12)

Viver uma vida, não de perfeição, porque todos nós cometemos erros, mas com uma consciência tranquila diante de Deus e das pessoas é motivo de grande alegria e paz. E não precisamos esperar por um “susto” para fazer isso.

 

Por Tathiana Schulze
Jornalista e Escritora

 

 

 

Copyright © 2014 CIA Brasil. Todos os direitos reservados.
É permitida a compartilhação de matéria e fotos desde que citada a fonte: www.ciabrasilatlanta.com.
Produzido e gerenciado por: Editora Kiron