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O mês de setembro começou com uma grande tragédia que deixou a população do estado da Geórgia chocada, assustada, devastada e sem entender: um adolescente de 14 anos de idade entrou em sua própria escola atirando, e matou quatro pessoas (sendo dois professores e dois alunos), além de deixar nove feridas.

Diante do choque, muitas especulações e perguntas sobre a sua motivação surgiram. Por que um menino tão jovem leva uma arma para a escola e atira aleatoriamente? Por que tanto ódio e tanta raiva? Por que os crimes de tiroteios em escolas tornaram-se tão comuns? Desde leigos, até médicos, psicólogos, policiais e governantes, todos perplexos, buscam uma solução.

Dentre tantos que buscam resposta, eu quero refletir sobre o que temos visto. Mas ressalto que, de forma alguma, quero dizer aqui que a tenho.

Independente de casos extremos fazer como o desse menino, o que temos observado é uma geração que está doente emocionalmente. Jovens cheios de raiva, de medo, de ansiedades. Jovens perdidos e aflitos.

E por que vemos tantos jovens (e crianças) tão doentes emocionalmente? Especialistas listam diversos fatores, dentre os quais: bullying; exagero dos jogos de videogames violentos; exagero de tempo nas redes sociais e telas; falta de um propósito, de um sentido de vida; crise de identidade; e tantos outros.

Mas, e se todos esses fatores citados forem sintomas de um mal maior que tem atingido nossas crianças e adolescentes? E se o verdadeiro problema estiver no fato de que nós, adultos, estamos falhando terrivelmente com a próxima geração? Algum tempo atrás estava lendo minha Bíblia e algumas linhas saltaram da página: “Ao ver as multidões, Jesus sentiu grande compaixão pelas pessoas, pois estavam aflitas e desamparadas como ovelhas que não têm pastor” (Mateus 9:36).

Quando Jesus caminhava pela terra, em uma de suas muitas viagens, a Bíblia diz que Ele olhou para a multidão, mas nessa vez com um olhar diferente. Ele não apenas via aquelas pessoas, mas realmente as enxergava. E ao enxergar, percebeu algo muito importante: aquelas pessoas estavam aflitas, desamparadas, angustiadas e perdidas.

E por que estavam assim? Porque eram como ovelhinhas que não têm pastor. Uma ovelha que não tem um pastor, que não tem quem cuide dela, é uma presa fácil para os predadores. Então, o que entendemos disso é que a aflição daquelas pessoas era consequência delas não estarem sendo cuidadas, ensinadas, guiadas.

No dia em que li esse texto, não podia parar de pensar na geração de crianças e jovens de hoje. Muitos a chamam de “Nutella”; outros a chamam de fracos; outros dizem que é uma geração doente.

Mas quem tem gerado e cuidado dessa geração? Quem tem se posicionado para proteger a alma, o intelecto, a mente dessas crianças e desses adolescentes?

Talvez uma geração de crianças e jovens doentes seja o reflexo de uma geração de pais, professores e tios também doentes; adultos doentes no próprio egoísmo, que nos leva, muitas vezes, a fazer o que nos agrada e não aquilo que é necessário para o bem da próxima geração. Doentes com o exagero de distrações com celulares, redes sociais e séries e mais séries; distrações que nos levam a deixar nossos filhos horas e horas sendo “cuidados” pelo YouTube, videogame ou TV, enquanto nós também estamos distraídos no nosso mundinho virtual.

Doentes também nos relacionamentos, pois temos dificuldades de nos relacionar e moldamos o mesmo padrão na vida dos nossos filhos. Doentes na ocupação exagerada, na falta de descanso para o corpo e para a alma.

Doentes na correria atrás de bens materiais, que nos deixa cegos para as necessidades que nossos pequenos têm de alguém que converse com eles, que brinque com eles, que os ajude a entender este mundo, o qual, por vezes, é bem complicado.

Também adultos doentes nas emoções, com amargura, ansiedade e medos. E como só podemos dar o que temos, infelizmente são essas emoções negativas que daremos a eles.

Talvez seja tempo de despertarmos e sairmos da comodidade e das distrações que nos têm deixado anestesiados, da ocupação que nos tem cegado. O profeta Joel, em seu livro, faz um alerta, um clamor a um povo que estava tão distraído e ocupado em seus próprios mundinhos, que não percebia o tamanho da calamidade que iria chegar. Ele disse: “Despertem e chorem, bêbados! Lamentem, vocês que tomam vinho. Todas as uvas estão arruinadas, todo o seu vinho doce acabou” (Joel 2:5). Nesse trecho, a bebida tem um sentido figurativo de anestésico, de algo que nos distrai da nossa verdadeira realidade. E ele diz que é tempo de acordarmos, de deixarmos as coisas que nos cegam de lado.

Há uma geração inteira pedindo socorro, uma geração perdida, aflita e desamparada, como ovelha sem pastor. Então, é tempo de acordarmos para isso!

Que possamos buscar a cura para nossas próprias mazelas, para que possamos criar uma geração saudável, forte, que tem um propósito e uma identidade.

 

Por Tathiana Schulze
Jornalista e Escritora

 

 

 

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